Especialista fala sobre o fim do sobrenome corporativo
O nome das empresas onde os profissionais trabalham sempre foi sinônimo de status no mercado. Além de dar peso ao currículo, a passagem por uma grande empresa multinacional ou uma gigante do setor em que atua traz prestígio e, porque não dizer, um certo poder. O fato é que quem estuda o futuro do trabalho aposta no fim do “sobrenome corporativo” como marcador de identidade profissional.
Mesmo que este sobrenome ainda traga consigo um senso de pertencimento, o aumento da longevidade e do número de profissões que cada um desempenha ao longo da vida têm contribuído para que novas características passem a ser mais relevantes na formação da identidade profissional. E com a previsão de que o tempo das pessoas em uma companhia tende a ficar mais curto, o peso da empresa também fica mais leve.
Caio Infante, vice-presidente regional (LATAM) da Radancy e um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, os profissionais precisam se dar conta de que o que importa, cada vez mais, são novos valores que vão além das corporações. “Eles extrapolam o ambiente de trabalho e acabam sendo, hoje, mais importantes para o desenvolvimento profissional. Ninguém é de ninguém e nenhum profissional é de nenhuma empresa”, afirma Caio.
É comum as pessoas, quando estão nestas grandes empresas, serem convidadas para determinados eventos e rodadas de negócios com uma certa influência em função do sobrenome corporativo que carregam. Estas mesmas pessoas, enquanto com crachás importantes, esnobam e até distratam, em alguns casos, fornecedores e stakeholders e se esquecem que, eventualmente, um dia o sobrenome corporativo vai acabar. “Ela não vai ter mais o tal do crachá e, quando isso acontece, ela procura estas mesmas pessoas em busca de ajuda, indicação ou recolocação se esquecendo do que fez no passado”, afirma Caio.
Diante deste cenário, o especialista acredita que também é preciso entender, de uma vez por todas, que todo cuidado é pouco ao postar coisas nas redes sociais. “A rede social é sua, porém, você tem um sobrenome corporativo emprestado que te ajuda, sim, mas que pode não ser pra sempre. Isso implica tanto em tomar cuidado para que não soe por aí que sua opinião é a mesma que a do lugar onde você trabalha e também não pensar que por ter este sobrenome de peso você pode fazer ou falar o que quiser”, explica.
A dica de ouro de Caio Infante sobre este tema é construir seu próprio nome, independentemente do sobrenome corporativo, mesmo que a empresa for sua. “O poder corrompe, e isso acontece também no mundo corporativo, não só no show business ou na política”, explica. Pensando nisso, Caio traz algumas dicas práticas para não cair nesta armadilha:
Tenha humildade
Falta de retorno e falta de respeito, por exemplo, são inadmissíveis. É preciso reconhecer que ninguém é melhor em tudo. Você pode ser bom no que faz, porém, é preciso continuar aprendendo sempre e contando com as pessoas para chegar ao topo.
Invista em netwroking
Sempre, e não só quando é necessário. Procure contatos relevantes e pratique a ajuda mútua para aprender coisas novas e criar novas oportunidades de negócios e parcerias.
Aposte no seu personal branding
Crie seu nome, sua carreira profissional e seu posicionamento muito além do seu sobrenome corporativo. O personal branding é a maneira como você gerencia sua imagem para quem está à sua volta.
Lembre-se de que tudo na vida é passageiro
A exceção desta regra é o que você constrói, aprende e leva como mensagem por aí.
Sobre Caio Infante
Caio Infante é formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM e possui MBA em Gestão Internacional pela University of Technology, em Sidney, na Austrália. Com carreira profissional desenvolvida na área de Negócios em agências de propaganda do País e do exterior, atuou, também, no site Trabalhando.com como diretor Comercial e de Marketing, chegando a Country Manager da operação. Desde o início de 2017, Caio está na Radancy, onde seu conhecimento sobre marca empregadora cresceu exponencialmente. Hoje, ocupa o cargo de vice-presidente regional da agência, mantendo contato com alguns dos maiores nomes mundiais do tema.
Caio Infante também é um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, a maior comunidade sobre marcas empregadoras, com mais de 40 mil seguidores nas redes sociais.