Cultura

Sem público: O que os artistas estão fazendo para sobreviver à crise?

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Desde o fim da semana passada as autoridades públicas e especialistas da área de saúde vem recomendado que a população não saia de casa. A orientação tem o objetivo de evitar a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) pelo país.

No entanto, essa prática afeta diretamente milhares de trabalhadores autônomos e artistas, que precisam do público para tirar seu sustento.

Como o isolamento pode durar meses, muitos desses profissionais buscam alguma forma de sobreviver em meio à crise do coronavírus, e um deles é o Silvio Tadeu, ator e produtor de teatro. O artista criou um grupo de WhatsApp ontem (18) a fim de organizar e ajudar a classe artística em busca de recursos.

Silvio Tadeu – foto: arquivo pessoal

Tadeu trabalha há 25 anos nessa área e sempre conseguiu tirar seu sustento da arte, porém ele conta que a crise é uma “situação inédita, tanto no Brasil como no mundo, que não afeta somente a classe artística, mas afeta todos”. Ele completa: “a situação atinge o cerne da cultura, porque baniu justamente o os encontros sociais “.

PROPOSTAS DOS ARTISTAS
Observando isso, o produtor cultural afirma que “os artistas estão literalmente desempregados”, e por isso precisam de recursos para sobreviver. Uma das reivindicações é que o governo municipal ou estadual pague um “seguro-desemprego” nos próximos três meses até essa crise passar, segundo o produtor cultural.

De acordo com Tadeu, uma das ideias da Prefeitura é criar um fundo de empréstimo aos artistas. No entanto, ele crítica a medida argumentando: “a gente vai ter que pagar [o empréstimo] lá na frente, e nós não estamos gerando trabalho. A gente não sabe quanto tempo vai durar essa crise, então nós vamos pagar esse empréstimo como?”.

O Sindicato dos Artistas de SP (SATED SP) também se mobilizou para ajudar a classe artística durante essa crise. A entidade reuniu cinco propostas para ajudar os artistas de produtores culturais a superar a crise do coronavírus, são elas:

Constituição de um voucher [cupom] mensal, a título de seguro de calamidade pública e segurança alimentar para os Artistas e Técnicos portadores do REGISTRO PROFISSIONAL (DRT) segundo a lei 6533/78 e outros trabalhadores do setor Artístico, Cultural e Entretenimento em profissões correlatas, ainda não regulamentadas e não inclusas na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), que comprovem a condição de impedimento do exercício de suas atividades profissionais em virtude da pandemia de coronavírus.
Isenção do pagamento nas contas de água, luz, gás e telefone para todos os trabalhadores atingidos pela paralização de suas atividades em função da pandemia de coronavírus. Nesse caso, o Governo do Estado de são Paulo fica responsável pela compensação financeira às empresas por meio de isenção fiscal.
Liberação de remédios gratuitos para todos os trabalhadores atingidos e portadores de doenças crônicas.
Prorrogação nos prazos e cronogramas de todos os projetos culturais em execução no Estado de São Paulo que possuam financiamento público do Governo do Estado de São Paulo.
Liberação de todas as emendas parlamentares dos anos de 2019 e 2020 que contemplem as atividades Artísticas, Culturais e Entretenimento no Estado de São Paulo.
As medidas estão sendo negociadas com o governo estadual, que, segundo o SATED SP, confirmou que irá cumprir com as duas últimas (itens 4 e 5).

Uma medida anuncia pelo governador Doria (PSDB) é a liberação de R$ 225 milhões para ajudar a economia de São Paulo e impedir impactos negativos do coronavírus. O dinheiro será aplicado em programas de incentivo ao empreendedorismo e à geração de emprego e renda.

CULTURA NO PAÍS
O setor cultural é responsável por 4% do PIB nacional e emprega mais de 5 milhões de pessoas (5,7% dos trabalhadores brasileiros), além de ser formada por 300 mil empresas de pequeno e médio porte, de acordo com o IBGE.

O QUE DIZ A PREFEITURA?
A Prefeitura declarou que vai destinar R$ 103 milhões para diminuir prejuízos de artistas e da população durante a crise do Covid-19.

Uma das alternativas encontradas pela gestão municipal é a criação do “festival Janelas de São Paulo, com shows realizados em sacadas e transmitidos pela internet”.

Outra medida é adotada é o prolongamento dos contratações artísticas. “Dessa forma, os artistas que tiveram seus shows adiados temporariamente poderão se apresentar em data futura e terão seus pagamentos garantidos”.

*Foto ilustrativa

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