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Mesmo com cidades em expansão, é possível encurtar distâncias, aponta especialista

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Especialista em desenvolvimento urbano, o arquiteto Luiz Fernando Cruvinel, enfatiza que o princípio de um bom planejamento é levar em consideração aquilo que faz com que as pessoas saiam de casa e criar alternativas para que resolvam tudo perto de casa. Trindade, na região metropolitana, sai na frente e se prepara para essa nova realidade

“O que faz com que uma pessoa saia de casa para ir a um outro local são as conexões com outras pessoas e com que faz sentido para elas”, diz o arquiteto e urbanista Luiz Fernando Cruvinel Teixeira, especialista em planejamento urbano e responsável por grandes projetos como o traçado urbano da cidade de Palmas, no Tocantins – última capital brasileira a ser construída de forma totalmente planejada.

Com mais de 51 anos de carreira, e com atividades importantes no currículo como a coordenação dos trabalhos de atualização do Plano Diretor de Goiânia em 2007, o profissional traz especial atenção a questão do trânsito, um problema que cidades do mundo inteiro, sejam em países desenvolvidos e em desenvolvimento, tentam equacionar da melhor maneira possível.

Apesar do crescimento das cidades, que hoje recebem mais de 90% da população mundial, e estão em expansão – Goiânia é um exemplo, foi planejada para 50 mil habitantes e hoje se conurba com 20 municípios e tem uma população superior a 2 milhões de moradores -, ele considera que é possível promover a qualidade de vida. O princípio, diz ele, é levar em consideração aquilo que faz com que as pessoas saiam de casa e verificar que fluxo isso vai gerar.

“Com base nisso, é preciso calcular o número de pessoas que vai morar ou passar por uma determinada região e criar mecanismos e estruturas de tráfego e de circulação que priorizem a mobilidade de uma forma eficaz e segura, especialmente para os pedestres”, explica.

Outra solução proposta pelo urbanista e por vários outros especialistas da área é o incentivo para que as pessoas tenham suas necessidades básicas atendidas perto de casa, como escola, trabalho, saúde, lazer. “Quando as pessoas moram, estudam e trabalham numa mesma região, há um ganho de tempo, pois tem-se a diminuição do espaço necessário para se transitar diariamente ao longo do desenvolvimento das atividades do dia a dia. Isso gera qualidade de vida, mais tempo para a família e consequentemente pessoas mais felizes, satisfeitas e menos estressadas”, enfatiza o arquiteto e urbanista.

Trindade na frente

O especialista assina o planejamento do sistema viário de Trindade, iniciativa pioneira e que visa preparar a cidade ao longo dos próximos 50 anos para receber o aumento populacional acima da média nacional (2,4% ao ano ante a 1,2% da média do País), o fluxo de turistas previsto para para crescer nos próximos anos e se integrar com a região metropolitana de forma harmônica.

O novo plano viário é baseado na tríade morar, trabalhar e viver. A proposta vai ao encontro com a previsão, para breve, de construção de um novo pólo industrial, somando mais oportunidades às que já são geradas pelo turismo religioso, uma vocação econômica consolidada na cidade.

Uma das propostas já começam a ser implementada: uma nova avenida será criada e ligará a região noroeste de Goiânia a Trindade, sem a necessidade de fazer utilização da rodovia. A via, que terá 7,6 quilômetros, já começou a ter um trecho implementado no futuro bairro Flores do Cerrado, que fica na capital em divisa com a cidade religiosa.

O trecho criará uma ligação mais curta de deslocamento para a população de 50 mil moradores e 47 setores que vivem nessa região de Trindade. Além disso, fará uma nova ligação com a região noroeste de Goiânia, uma das mais populosas da capital, com 66 bairros e 163 mil habitantes, segundo dados da prefeitura.

O próprio bairro planejado também traz soluções para diminuir a necessidade de deslocamento da vizinhança. Duas extremidades serão circundadas de lotes comerciais que irão receber lojas e conveniências para atender a toda vizinhança. Na região, já vivem cerca de 50 mil moradores e 47 setores. Além disso, na região noroeste de Goiânia – uma das mais populosas da capital, com 66 bairros e 163 mil habitantes, segundo dados da prefeitura.

A nova avenida contribuirá ainda para preparar a infraestrutura para o adensamento populacional previsto para a região que é limítrofe dos três municípios – Goiânia, Trindade e Goianira, no eixo triangular entre a GO 070 (saída para Goianira), a GO 469 e a Rodovia dos Romeiros (GO 060). Esse eixo triangular compreende uma área de mais de 5 milhões de metros quadrados com grande potencial de desenvolvimento econômico. “Essa é a região que atualmente hoje apresenta as condições de expansão imobiliária da região metropolitana e já existem projetos em aprovação”, diz Antônio Carlos da Costa, diretor do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico (Codese) de Goiânia.

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