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Câncer de colo de útero tem grandes chances de cura, se diagnosticado em fase inicial

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CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

Quanto mais cedo diagnosticado, maiores são as chances de cura

Exame citopatológico cervico-vaginal, que rastreia a doença, teve queda de 61,58% durante pandemia. Situação merece atenção

Você sabia que no mês de março foi instituído como um dos meses para alertar sobre a Prevenção do Câncer do Colo do Útero? Conscientizar as mulheres sobre a importância de fazer o exame de prevenção ao câncer de colo uterino, mais conhecido como Papanicolau, é o objetivo da campanha.

Mais comum do que se imagina, o câncer de colo do útero atinge mais de 16 mil mulheres por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Por ser considerado silencioso, muitas vezes os sinais e sintomas só surgem em cenário de doença avançada. Embora essa estatística seja assustadora, é um tipo de câncer que pode ser evitado. “A doença pode ser diagnosticada a partir de exames de rotina, como o Papanicolau, e tem altas chances de recuperação. Ou seja, quanto mais cedo diagnosticada, maiores são as chances de cura”, alerta o médico oncologista clínico, Gabriel Felipe Santiago, do Centro de Oncologia IHG Medicina Humanizada.

Esse tipo de câncer, conforme explica o médico, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do papiloma vírus humano, o HPV. Dados do Ministério da Saúde apontam que 75% das mulheres sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida e cerca de 5% delas vão desenvolver o tumor maligno em um prazo de dois a dez anos.

“Apesar da campanha, os cuidados devem ser seguidos durante o decorrer do ano inteiro”, assegura Gabriel Santiago, apontando que é importante realizar o exame de Papanicolau periodicamente, já que nele é possível descobrir lesões que podem levar ao desenvolvimento da doença. “O exame deve ser realizado em mulheres na idade de 25 a 64 anos que já tiveram relações sexuais”, orienta.

Certos sintomas devem trazer um estado de alerta e podem ser sinais do câncer de colo de útero. Entre eles estão sangramento vaginal, especialmente após as relações sexuais; corrimento persistente; dor abdominal constante; dor contínua nas pernas, quadris ou costas; rápida perda de peso; cansaço excessivo e inchaço nas pernas. Gabriel Santiago recomenda que ao perceber os sinais, a paciente deve procurar imediatamente o ginecologista.

Quanto a prevenção, o médico ressalta que é necessário o uso de preservativos nas relações sexuais. “Hoje é possível se imunizar contra o HPV. A vacina deve ser realizada em meninas de 9 a 14 anos no SUS e pacientes de 9 a 45 anos no serviço particular. No entanto, a imunização não tem eficácia para quem já desenvolveu a doença”, adverte.

Gabriel Santiago reforça que a prevenção é a melhor forma de evitar o câncer de colo de útero, mas existem meios para tratar pacientes que já apresentam a doença, como: quimioterapia, radioterapia e procedimento cirúrgico. “Os tratamentos medicamentosos, como a imunoterapia, são alternativas inovadoras que auxiliam no combate ao câncer. O desafio está em reduzir a mortalidade e promover qualidade de vida para as pacientes”, assegura.

Nos últimos anos, segundo Gabriel Santiago, houve progressos importantes em cirurgia, com um número crescente de mulheres, mesmo com tumores mais avançados, que podem ser operadas com chance de cura, evolução em cirurgias minimamente invasivas, melhor classificação de cada subtipo da doença, descoberta de marcadores que predizem resultado ao tratamento e outros avanços que propiciam a medicina de precisão e melhor qualidade de vida da mulher em tratamento, como, por exemplo, técnicas de preservação de fertilidade.

De acordo com Gabriel Santiago, a pandemia afetou consideravelmente o cenário do câncer. No início, a falta de informação e, consequentemente, o medo tomou conta. Exames, tratamentos e consultas pré-agendados foram suspensos ou cancelados. Para se ter uma ideia, de março a setembro de 2020, exames imprescindíveis no diagnóstico apresentaram quedas vertiginosas. O exame citopatológico cervico-vaginal, que rastreia o câncer de colo de útero, teve queda de 61,58%. “Estes números são um importante alerta de que não podemos mais esperar para que os exames e diagnósticos sejam agilizados e priorizados e que mesmo diante de uma segunda onda, os tratamentos não sejam mais cancelados”, alerta.

A situação merece atenção. Uma “epidemia” de casos avançados de câncer vem sendo anunciada pelas sociedades e pelos estudos científicos paralelamente à iminente chegada de uma segunda onda da Covid-19.

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