Em entrevista ao “De Carona na Carreira”, Executivo falou sobre sua trajetória profissional, como consegue impactar a geração Z num nicho inexplorado e como transformou a ideia de um festival de música para esse público em uma empresa de entretenimento multiplataforma ativa 365 dias por ano
Na edição desta quinta-feira do podcast De Carona na Carreira, Thais Roque conversou com Vitor Nunes, CEO da plataforma Festival Teen e da agência Starhub. O executivo conta como foi a transição profissional para o universo digital e, mais especificamente, ajudando marcas a impactar a geração Z, um grupo composto por jovens nascidos de 1995 a 2015.
Por seu um público tradicionalmente mais difícil de conquistar, Thais já abriu o bate papo perguntando qual era o segredo para se comunicar com esses jovens, adolescentes e pré-adolescentes.
“Eu acho que é um público que demanda muita verdade na nossa mensagem. Eles já estão muito acostumados com temas atuais como a diversidade, a sustentabilidade. Temas importantes que já vem com muita naturalidade para eles. Por isso, toda marca que queira se comunicar com essa geração tem que ter isso em mente, uma responsabilidade com o mundo, pois vai encontrar uma geração que tem um olhar muito atento a isso”, conta Vitor.
Ele ainda explica o que justifica seu ponto de vista. “Estamos falando de uma geração que já nasceu conectada, que tem um mundo na palma das mãos com acesso muito mais rápido à informação que interfere em sua decisão sobre consumo de produtos ou marcas, priorizando aquelas que estejam alinhadas com o que eles acreditam”. Thais perguntou se essa juventude realmente está disposta a esse tipo de conhecimento e Vitor acrescentou. “Eles fazem tudo isso em questão de segundos, estão muito atentos ao conteúdo que esteja 100% conectado com a realidade deles”.
Um nicho inexplorado
Vitor contou que seu interesse em criar uma comunicação focada nesse público nasceu enquanto trabalhava com algumas marcas e percebia que faltavam ferramentas que pudessem ajudá-las a conversar de forme efetiva com os jovens, mais especificamente a geração Z.
“Eu ouvi de muitas empresas que os adolescentes não eram o público consumidor deles. Porém, na verdade, é uma faixa etária que precisa estar no foco de qualquer marca. Se hoje esse jovem não é seu consumidor, ele pode se tornar um brand lover, um admirador de sua empresa. E esse é o caminho para que ele se torne o seu consumidor no futuro. Eu sempre recomendo que 10% da verba do marketing, no mínimo 5%, seja investida na geração Z”, destaca o CEO.
Vitor Nunes, CEO da plataforma Festival Teen e da agência Starhub Foto: Divulgação
E foi assim que Vitor identificou uma oportunidade para atuar e atender a essa demanda. “Tive um insight em uma noite e me levantei às 3 h. da manhã para verificar se o nome ‘Festival Teen’ estava disponível para compra do domínio, para criar um usuário no Instagram ou se havia algum registro de marca. Tudo estava livre, era Deus me dando o recado”.
E foi assim, de um insight, que nasceu a ideia de criar o Festival Teen, um festival tão grandioso quanto os eventos que serviram de inspiração, como Rock in Rio e Lollapalooza, mas com uma grande diferença, o palco recebendo apenas artistas que nasceram e construíram suas carreiras na internet e que são ídolos dos adolescentes e pré-adolescentes. E foi daí que veio o slogan “transformando likes em aplausos”.
Atualmente, o Festival Teen é uma empresa multiplataforma de entretenimento e mídia. Conta com um portal e instagram de notícias, uma TV de conteúdo no YouTube, e claro, uma conta no TikTok. Além disso, muito conteúdo, influenciadores e música Festival Teen Live Show, hoje reconhecidamente o maior evento com foco no jovem do Brasil.
Vitor Nunes com os influenciadores que foram apresentadores do Festival Teen Live Show 2020. Foto: Manoela Scarpa
Incômodos que estimulam
O executivo contou à Thais que é movido a incômodos, são eles que o estimulam a encontrar uma solução inovadora, a criar, e foi o que o fez migrar sua carreira da publicidade BTL para o meio digital.
“Eu tinha minha carreira muito definida. Mas senti um incômodo, uma necessidade de transformação onde eu precisava me conectar mais com soluções digitais. Minha carreira era muito baseada no offline, em eventos. Aí veio o Festival Teen para me reinventar profissionalmente, pois nele eu pude trazer para um universo da internet toda a minha experiência, unir as duas coisas”, conta.
Vitor recorda que também foi assim, de um incômodo que nasceu um dos maiores cases de sucesso do mundo, que é a linha de maquiagens da Kylie Jenner. “Tudo começou com um problema de autoestima, um incômodo com os lábios que ela achava muito finos. Ao invés de sofrer com toda a mídia, muitas delas críticas, a uma possível modificação estética, ela e sua mãe decidiram aproveitar para entrar no mercado de cosméticos começando pelo cuidado com os lábios e hoje em dia estão aí, num mercado multimilionário”.
Falar sobre o sucesso de Kylie como influenciadora é algo natural para ele, pois é o universo que faz parte de seu dia-a-dia. Vitor também fundou no ano passado a agência Starhub. Um hub de influenciadores digitais com foco em realizar projetos digitais ao mesmo tempo em que transforma em realidade os sonhos de cada um dos seus agenciados. Diferentes objetivos e diferentes personalidades que são respeitadas e com carreiras que são administradas com muita dedicação.
Uma história com grandes marcas
Vitor ainda contou detalhes sobre sua carreira, como foi empreender fundando sua primeira agência e logo de cara atender um projeto da Coca-Cola durante os jogos olímpicos, além de outros gigantes do mercado que passaram pelas suas mãos como Samsung, Nestlé e Google. Ele até deu dicas para quem quer seguir o mesmo caminho e como criar um evento do zero, como ele.
LUCINHA LINS E CLAUDIO LINS APRESENTAM A 11º EDIÇÃO DO NATAL SOLIDÁRIO, UMA NOITE DE MÚSICA E DOAÇÃO NO DIA 04 DE DEZEMBRO, ÀS 20H, NO TEATRO SÉRGIO CARDOSO
O evento beneficente, idealizado por Jô Santana, traz a Orquestra Sinfônica Villa-Lobos com participação da cantora Roberta Campos em concerto que arrecadará latas de leite em pó para o Hospital Cruz Verde.
No dia 4 de dezembro de 2025, quarta-feira, às 20h, o Teatro Sérgio Cardoso será palco da 11ª edição do Natal Solidário Cruz Verde, um evento que celebra a união entre arte, esperança e responsabilidade social. Idealizado pelo ator e produtor cultural Jô Santana, o evento reitera seu compromisso com a causa das pessoas com paralisia cerebral, destinando toda a arrecadação ao Hospital Cruz Verde, referência há 66 anos no tratamento e assistência a pacientes com a condição.
💖 Uma Celebração de Amor, Fé e Emoção
A noite será apresentada por mãe e filho, os talentosos atores e cantores Lucinha Lins e Claudio Lins, que emprestarão seu carisma para conduzir o público em uma jornada de solidariedade e música.
O ponto alto da celebração será o concerto especial da Orquestra Sinfônica Villa-Lobos, sob a regência do Maestro Adriano Machado. O tema do repertório deste ano, “Natal, uma celebração de amor”, promete levar o público a uma emocionante viagem de fé e esperança. Cada nota da orquestra é concebida como um gesto de carinho, com melodias que aquecem o coração e unem gerações.
O repertório percorre desde o sagrado ao popular, e incluirá obras emblemáticas como “Circle of Life”, “Amazing Grace”, “Adeste Fideles” e a tradicional “Noite Feliz”. Entre momentos de introspecção com “Ave Maria” e a energia festiva de clássicos como “Bate o Sino” e “Jingle Bell Rock”, a música se torna um convite à gratidão e à reflexão sobre o renascimento da luz que o Natal representa. O show culminará com o “Oh Happy Day” no BIS, garantindo um final emocionante.
Destaque: O evento contará com participações especialíssimas, adicionando ainda mais brilho à noite, da aclamada cantora Roberta Campos e das cantoras Laura Saab e Júlia Saab, netas de Fafá de Belém, prestando homenagem aos 50 anos de carreira num número surpresa que certamente emocionará muita gente.
Magia e Encantamento na Chegada
Para envolver o público na magia do Natal desde a chegada, artistas circenses estarão se apresentando na entrada e no foyer do teatro, personificando o espírito natalino com performances que prometem encantar e interagir com o público.
Ingresso Solidário: 2 Latas de Leite em Pó
Em um gesto que reforça o espírito natalino de doação, o acesso ao concerto não será por meio de ingresso pago em dinheiro. A entrada será concedida mediante a doação de 2 latas de leite em pó. Todos os itens arrecadados serão integralmente destinados ao Hospital Cruz Verde, apoiando a nutrição e o cuidado dos pacientes da instituição. O Teatro Sérgio Cardoso, com sua estrutura acessível, assegura que a arte e a solidariedade sejam democráticas.
Serviço: 11º Natal Solidário Cruz Verde – “Natal, uma celebração de amor”
O que: Concerto beneficente com a Orquestra Sinfônica Villa-Lobos, regida pelo Maestro Adriano Machado, apresentação de Lucinha Lins e Claudio Lins e participações especiais de Roberta Campos, Laura Saab e Júlia Saab.
Quando: 4 de dezembro de 2025, quarta-feira, às 20h.
Onde: Teatro Sérgio Cardoso – R. Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo.
Ingressos: Concedidos mediante a doação de 2 latas de leite em pó.
Duração: Aproximadamente 120 min.
Classificação: Livre. Arrecadação: 100% destinada ao Hospital Cruz Verde.
Suas telas tem como característica serem mergulhadas na Baía de Guanabara antes de serem trabalhadas
A artista plástica Duda Oliveira está na COP 30, participando das manifestações civis e dos debates sobre a importância da arte como instrumento de divulgação dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e do papel de ruptura com as práticas de enraizamento cultural não sustentáveis na Green Zone.
Conhecida por seu posicionamento pela defesa e conscientização sobre a preservação da vida, do meio ambiente, Duda Oliveira tem como característica em seu trabalho mergulhar tecido lona crua na Baía de Guanabara, repleta de derivados de petróleo e dejetos de óleos, cujo aquecimento, alimento orgânico, estimulam a proliferação de fungos, resultando em um esfumaçado plástico natural peculiar em suas pinturas. As telas não foram pintadas, foram mergulhadas. E o branco que emergiu delas não era ausência, era prenúncio. Foi preciso calor, tempo, matéria, toque, escuta. E então, como num sussurro biológico, as cores nasceram do fundo: do fundo do mar, do fundo do mundo, do fundo da gente.
Duda Oliveira quer mostrar que a imagem da mulher também se transformou, sob a inspiração de novos modelos estéticos. A arte sempre em seu papel altruísta, apenas sinalizou o que já estava pungente e silenciado por antigos valores. Um dos motivos pelos quais defende os ODS.
Artista plástica contemporânea e Mestre em Ciência da Sustentabilidade, niteroiense, que estudou arte experimental na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e História da Arte e da Arquitetura do Brasil, na Puc/Rio, desde 2018 vem apresentando sua arte num ritmo intenso de exposições. Os trabalhos da artista vêm ganhando destaque nas Feiras Internacionais da Alemanha, Luxemburgo, em Salas Culturais em Portugal, nos Museus MASP, MAC Niterói, dentre outros relevantes espaços culturais no Brasil e exterior.
“Somente a arte tem o poder de propagar o acesso ao real e grande poder de transformação. A arte nos torna iguais, permitindo a verdadeira ordem democrática das coisas, a compreensão verdadeira e espontânea do belo”, diz a artista plástica.
*Luciana Brites, Mestre e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento
É cada vez mais comum vermos crianças, cada vez mais novas, expostas ao uso de telas. Além disso, o tempo de uso também está cada vez maior. Estudos mostram associação entre excesso de telas e dificuldades de atenção, sono e desempenho escolar.
Logo, é fundamental ter atenção não somente a esses riscos como também a redução da criatividade, das habilidades sociais e dependência em crianças que passam muito tempo consumindo conteúdo digital sem supervisão.
Uso excessivo de telas impactam o desenvolvimento infantil – Imagem Pexels Foto de Ron Lach
O cérebro infantil está com 95% da sua estrutura formada entre 0 e 6 anos, estando assim em pleno desenvolvimento. O uso constante pode afetar a qualidade do sono, já que a luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono. Isso pode impactar negativamente a memória, a aprendizagem e o desenvolvimento emocional.
O excesso também pode gerar uma sobrecarga de dopamina, um neurotransmissor relacionado ao prazer. Ao usar o celular por muito tempo, a criança é constantemente recompensada com estímulos rápidos e fáceis, como likes ou vídeos curtos, o que cria um ciclo de dependência. Isso reduz a tolerância ao tédio e dificulta o envolvimento em tarefas que exigem esforço cognitivo, como leitura ou resolução de problemas.
Outros efeitos do uso: dificuldade de atenção e concentração; redução da motivação para atividades off-line, como brincar, conversar ou ler e déficits nas habilidades sociais e emocionais.
Uso excessivo de telas impactam o desenvolvimento infantil – Imagem Freepik
Veja alguns indícios de prejuízo pelo excesso de telas que pais e professores devem ficar atentos: irritabilidade ou agitação ao ser afastada das telas; desinteresse por brincadeiras presenciais ou leitura; dificuldade de concentração nas atividades escolares e redução da linguagem espontânea e das interações sociais. Se esses sinais forem persistentes, é recomendável avaliar a rotina digital da criança e buscar a orientação de um profissional da área da saúde ou educação.
Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), o tempo de tela considerado adequado para crianças varia conforme a idade: de 0 a 2 anos, deve-se evitar o uso, exceto em chamadas de vídeo com familiares; de 2 a 5 anos, o limite é de até 1 hora diária, priorizando conteúdos educativos e com acompanhamento de um adulto; para as crianças maiores, o uso deve ser equilibrado com um bom padrão de sono, prática de atividade física, brincadeiras livres e momentos em família.
Além da mediação no uso das tecnologias, é importante oferecer estímulos que favoreçam o neurodesenvolvimento infantil de forma ampla. Atividades como desenhar, escrever e explorar o ambiente contribuem para o aprimoramento da coordenação motora e da cognição.
É fundamental que pais, educadores e profissionais da saúde estejam atentos a esses efeitos e adotem estratégias para garantir um uso equilibrado e saudável das tecnologias. Lembre-se que as tecnologias não são inimigas, mas devem ser usadas com moderação respeitando a idade das crianças.
(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber, psicopedagoga, psicomotricista, mestre e doutoranda em distúrbios do desenvolvimento pelo Mackenzie, palestrante e autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem. Instituto NeuroSaber https://institutoneurosaber.com.br