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Pautas Especiais

A fome emocional é um dos disfarces favoritos da ansiedade!

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DRA CAROLINA MANTELLI BORGES – MEDICA PÓS GRADUADA EM ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA, RESPONSAVEL PELA ENDOCRINOLOGIA DA CLINICA DE ESPECIALIDADES INTEGRADA

O que é a fome emocional?

É qualquer tentativa de compensar solidão, estresse, ansiedade, sentimento de culpa ou de vazio com quantidades abundantes de comida. Fome emocional, ou psicológica, é a fome que não tem ligação com a sustentação da vida.

Implica em comer pelo simples fato de comer! A fome emocional é a que nos faz comer mais e mais, apesar de já estarmos satisfeitos ou até passando mal. É ela que nos faz engordar.

Entre os casos de fome compulsiva, a voracidade por carboidrato é o mais comum de todos. O açúcar proporciona uma sensação momentânea de bem-estar. E isso faz com que a pessoa coma o tempo todo, sem perceber.

É comum pessoas que não abdicam nem por algumas horas dos carboidratos, reclamando que não sabem por que engordam.

O transtorno do comer compulsivo vem sendo reconhecido nos últimos anos como uma síndrome caracterizada por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos. Porém, diferentemente da bulimia nervosa, essas pessoas não tentam evitar ganho de peso com métodos compensatórios

. Os episódios vêm acompanhados de uma sensação de falta de controle sobre o ato de comer, sentimento de culpa e de vergonha; mal sentindo o gosto dos alimentos ingeridos.

 

Características

Episódios de ingestão exagerada de alimentos, Comer sem ter fome, Dietas frequentes e restritivas, Sensação de incapacidade de parar de comer, Flutuação do peso, Humor deprimido, Comer em segredo (escondido) por sentimento de vergonha e culpa, Obesidade, Baixa autoestima, Comer para lidar com problemas emocionais, síndrome do “eu mereço”, vitimismo, etc.

 

Complicações Médicas

Pressão alta, Aumento do colesterol, Diabetes, Complicações cardíacas. Para ajudar em seu emagrecimento é essencial aprender a reconhecer a diferença entre fome física e fome psicológica, e passar a comer apenas pela fome do estômago.

Geralmente as pessoas compulsivas comem pela fome emocional e por isso engordam.

 

Quer saber de maneira simples se você apresenta traços de compulsão alimentar?

Se sua mão, ou sua mente, movem-se, inconscientemente, em busca de comida quando você não está com fome, você é considerada uma pessoa compulsiva alimentar.

 

Emoções podem desencadear os episódios de comer por compulsão ou culpa. Muitas pessoas relatam que a ruaiva, a tristeza, o tédio, a ansiedade e outros sentimentos negativos podem desencadear os episódios de comilança.

 

As restrições exageradas na tentativa de emagrecer ou o estresse e as frustrações do dia a dia podem provocar um impulso incontrolável pela ingestão de comida. As emoções costumam ser as principais causadoras desse distúrbio.

 

Você já parou alguma vez para avaliar o que o leva comer de forma compulsiva?

Na grande maioria das vezes, comemos sem nem saber o porquê; nos empanturramos de comida, e acabamos ingerindo juntamente emoções sem perceber. Engolimos junto com a comida raiva, medos, tristeza, solidão, ansiedades, frustrações e nem nos damos conta do quanto isso é prejudicial para o nosso organismo e nossas células.

Na maioria das vezes, chegamos até a passar mal, sentimos o estômago pesar, mal-estar, mas nem pensamos no motivo desses acontecimentos. Quando paramos para refletir, nos admitimos e nos reconhecemos, acabamos nos dando conta que a comida serve como forma de amortizar o que na realidade não queremos enxergar, ou resolver, seja por receio, preguiça, crenças, ou simplesmente para não encarar de frente algo que nos incomoda ou machuca.

Sentimentos de angústia, cansaço, raiva, tédio, tristeza, ansiedade ou euforia comumente desencadeiam esse processo. As causas deste transtorno ainda são desconhecidas. Porém, sabe-se que em média, 50% possui histórico de depressão. Se a depressão ér causa ou efeito do transtorno, ainda não está bem claro. Embora ainda não esteja claro o papel das dietas nestes quadros, sabe-se que, em muitos casos, os regimes excessivamente restritivos podem piorar ou desencadear o transtorno. Dependendo do momento que o indivíduo vive, lutar contra a gordura é muito difícil. Isso pode acontecer quando estamos fragilizados, em crise, tristes, sozinhos.

Nessa hora, encarar o espelho e perceber que além de todos os problemas, existe mais um: o corpo. É muito duro. Nosso cérebro entende isso e ativa mecanismos de defesa. Dessa forma, você não vê, bloqueia ou minimiza o que está estampado à sua frente (os quilos a mais) e segue a vida se enganando, porém, “sem” sofrer. É exatamente isso que a mente do gordo quer: evitar o sofrimento, pois acredita que não está em condições de encarar os problemas de frente. Todo esse aspecto está relacionado à questão da autoimagem. Quanto mais distante da realidade, maior será a dificuldade em emagrecer.

O transtorno do comer compulsivo é encontrado em cerca de 2 % da população em geral, mais frequentemente acometendo mulheres entre 20 e 30 anos de idade. Pesquisas demonstram que 30% das pessoas que procuram tratamento para obesidade ou para perda de peso são portadoras de transtorno do comer compulsivo. Muitas vezes sem se dar conta disso. Em geral, o impulso de comer em situações de tristeza ou ansiedade nasce de uma tentativa do nosso cérebro de voltar ao equilíbrio neuroquímico, que fica desestabilizado quando vivenciamos fortes emoções.

Alimentos ricos em açúcar e gordura, podem aumentar a quantidade de serotonina e endorfina (ligadas a sensação de prazer e bem-estar) em nosso cérebro. O estresse é entendido pelo organismo como uma ameaça, e para se defender busca estocar energia; e é por isso que acabamos recorrendo a alimentos mais calóricos. Alimentos ricos em triptofano ajudam na sensação de bem estar e, diminuem vontade por doces. (Castanha do pará, banana, maçã, aveia e grãos em geral são alguns desses alimentos).

Não fique longos períodos sem se alimentar, o jejum prolongado causa diminuição nas quantidades de glicose no sangue, aumentando os sinais da fome e, desencadeando vontade por doces. Mas não são apenas as emoções negativas que podem favorecer a ingestão de alimentos calóricos.

Estados emocionais positivos também podem ser gatilhos para a compulsão alimentar, conforme afirma um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Texas. Eles descobriram que o alimento pode ser utilizado para intensificar os sentimentos positivos, como uma parte importante do ritual de celebração e merecimento.

 

Todo mundo está sujeito a passar por episódios assim?

Pode acontecer com qualquer pessoa, porem depende dos gatilhos emocionais de cada um. Informe-se sobre os fatores que causam ou contribuem para os transtornos alimentares. Pois há um número de possíveis causas atrás desses transtornos e elas podem incluir fatores neurobiológicos e hereditários, baixa autoestima, alta ansiedade, desejo de ser perfeito, necessidade constante de agradar pessoas, relações problemáticas, abuso sexual ou físico, conflitos familiares e inabilidade de expressar emoções.

Por causa da correria da vida pessoal e profissional, muitas pessoas não prestam atenção ao que comem, e pior: exageram na refeição passando, logo depois, um longo período de tempo sem comer nada, se presenteando então com um suculento jantar.

 

Mulheres perfeccionistas, inseguras, depressivas, ansiosas, e muito preocupadas com o corpo são vítimas preferenciais deste tipo de comilança.

 

Quando eles ficam frequentes?

A ingestão de alimentos ricos em açúcar ou que são rapidamente transformados em glicose, promovem grande liberação de insulina na corrente sanguínea. Só que, com a insulina alta, a pessoa sente ainda mais fome e mais vontade de consumir alimentos doces. Por esse motivo, a ingestão de alimentos que possuem alto índice glicêmico, pode levar a um círculo vicioso.

 

Fome emocional pode chegar a se tornar um transtorno alimentar?

Sem duvida! Se não controlada, essa compulsão pode acabar com a dieta e ainda chegar a níveis mais graves, relacionando-se com transtornos alimentares como anorexia, bulimia e síndrome do comer noturno.

A fome emocional é um problema de saúde e encontra-se entre os Transtornos Alimentares Invisíveis, que assim são chamados por causarem ingestão compulsiva e cega de alimentos; a pessoa com fome emocional consome com compulsão quando está triste, feliz, com raiva ou zangada, por exemplo, sem ao menos perceber que está comendo. Basicamente, se você consome um biscoito cada vez que sente qualquer emoção, você está comendo” emocionalmente”.

A pessoa come saladas e evita doces na frente dos amigos, mas de madrugada, sozinha, devora tudo o que vê pela frente, sem nem notar qualidade ou quantidade dos alimentos! Mas acreditam que só comendo vão preencher o vazio interno que sentem.

 

Só quem tem problemas de sobrepeso e obesidade sofrem com isso?

Um dos comportamentos que ajudam as pessoas a engordar é a chamada fome noturna. Comer durante a noite não tem nenhuma relação com uma possível disfunção hormonal. Na verdade, é uma alteração de comportamento.

Quando tentamos nos enganar com a desculpa do “eu mereço” para atacar a sobremesa, isso tem uma explicação: vício em açúcar. Diversos estudos constataram que esta compulsão pode ser considerada tão séria e tão forte quanto o alcoolismo e o tabagismo.

Pesquisadores das universidades de Princeton, realizaram testes com camundongos mostraram que o vício em açúcar leva à compulsão e à síndrome de abstinência. Em humanos, imagens cerebrais mostraram que a imagem de um sorvete em pacientes normais gera a mesma sensação prazerosa no cérebro que imagens de um cachimbo de crack para um viciado.

O excesso de demandas, expectativas e frustrações, sejam na área profissional, familiar, amorosa ou financeira, podem gerar a fome emocional.

Uma bronca, rompimentos emocionais, momentos de mudanças na vida pessoal, troca de emprego ou falta de dinheiro são situações que comumente causam essa compulsão. Fique atento a situações como essas na sua rotina.

É válido fazer um diário alimentar, anotando sempre como se sentia no momento que comeu demais; assim ficará mais fácil identificar de onde vem a compulsão. Quando a pessoa consegue identificar o que está causando essa necessidade, ela se conscientiza do buraco sem fundo que está se colocando e da real causa de sua necessidade e pode aprender a controlar esse comportamento.

Se você é um ”night eater”, o melhor que tem a fazer é procurar um endocrinologista, um terapeuta especializado em transtornos alimentares e um nutricionista.

 

Como se livrar da fome emocional?

Resgatar a autoconfiança é fundamental. Lembre-se de como era sua vida antes desses episódios terem início; e resgate antigos valores.

É preciso perceber o que lhe dá prazer. Se a comida acalma, procure um outro prazer que cause a mesma sensação.

A solução está em acreditar que é capaz. Para dar um basta nesse comportamento e emagrecer é fundamental tornar-se independente e, aos poucos, passar a ter total controle sobre a própria vida.

Temos que emagrecer a mente e não só o corpo se quisermos nos manter magros. Mas este ainda é o quesito mais difícil!

 

Identifique qual é a emoção que você sente quando tem vontade de comer.

Comece fazendo suas atividades normais e quando sentir desejo de comer, pense: “Estou com fome mesmo ou se trata de fome emocional (estou ansiosa, triste, com raiva)?

Você pode dizer se está verdadeiramente com fome ouvindo seu estômago; pare por 1 minuto e pense em seu estomago.

Se você não sente dores de fome, se não sente o estômago roncando ou vazio, você não está com fome, e sim está com gula, mente gorda.

Portanto, acalme-se bebendo um copo de agua (o cérebro confunde sede com fome) ou masque uma goma que seja saborosa, mas que não contenha açúcar e encontre outra maneira de celebrar a felicidade ou raiva.

Grite, bata, chute, escreva, faça meditação; faça qualquer coisa, mas fique longe da comida! Mantenha um diário de seus hábitos alimentares.

Isto o ajudará a rastrear o que desencadeia a sua fome emocional e pode ajudá-lo a resolver o problema.

Permita-se sentir a emoção que você vem tentando preencher com comida. Durante o processo de sentir essas emoções, antes evitadas, fale consigo mesmo: “Eu me permito experimentar uma gama completa de emoções”.

Às vezes, os sentimentos dos quais você está fugindo podem ser muito mais fáceis de enfrentar do que você imagina e você pode se libertar do padrão apenas se recusando a fugir deles.

Inclua no cardápio alimentos saudáveis que elevem os níveis de serotonina.

O cérebro controla todos os nossos impulsos e estímulos.

Quando a estimulação e inibição estão nos níveis corretos, seu emocional está na medida certa. Mas, se você come de forma errada, esse processo fica desequilibrado. Quanto mais descompensada estiver a relação entre os neurotransmissores, mais ansiedade é gerada, e, consequentemente, a compulsão alimentar aparece.

Dietas ricas em serotonina evitam que a fome emocional apareça. Por isso, mude sua alimentação já!

Combata a compulsão alimentar descobrindo gatilhos emocionais. Não se recrimine, não se xingue, não se culpe se acontecer (o que é provável) de você comer por emoção.

Apenas perceba que o fez e se proponha tentar novamente esperar a fome física.É preciso que você restabeleça a ligação entre o alimento e a fome física, ou seja, parar de procurar comida quando não estiver com fome, e se permitir comer quando tiver fome física, sem grandes restrições alimentares.

Para deixar de ser um compulsivo e emagrecer, você precisa agir como uma pessoa que se alimenta de maneira normal e colocar a comida, de novo, em seu devido lugar. Espere sentir fome do estômago, e pare de seguir um horário pré-determinado para se alimentar (ex.: hora do café, almoço ou jantar).

O que de fato importa é que você se alimente de acordo com a fome, e não, de acordo com o relógio. Tente não pensar em “dieta” quando sentir a fome física. A privação leva à ansiedade, frustração e à compulsão alimentar.

Coma devagar, mastigue bem.

A mastigação lenta aciona o mecanismo de saciedade, consequentemente, lhe ajuda a comer menos. Separe emoção de fome.

Quando estiver comendo evite conversas que mexam com suas emoções: trabalho, relacionamentos, dinheiro etc.

Tudo isso pode parecer muita coisa a ser feita e muitos sentimentos a revisar, mas na realidade é pouco para mudar sua imagem-mental e seus comportamentos. E, então, aceitar-se como uma pessoa gorda que pode, e vai emagrecer com toda certeza.

@dramantelli

A fome emocional prejudica as dietas?

Completamente! As crises, rápidas, duram de 3 a 8 minutos, mas produzem verdadeiros estragos: o compulsivo passa a ter extrema dificuldade para emagrecer e manter o peso. Existem alimentos que provocam a compulsão, assim como momentos mais propícios, mas eles variam de pessoa para pessoa.

O importante é identifica-los para ficar alerta e evitar cair na tentação.

Há vários estudos sobre algo que chamamos de ‘emotional eating’.

A expressão se refere ao hábito de comer em demasia em resposta a vários estímulos emocionais, não só os negativos como também os positivos.

 

Quando é preciso de acompanhamento médico?

Para quem já caiu na armadilha de comer além da conta, por impulso, e agora deseja emagrecer, é indicado seguir algumas tecnicas que vão muito além da dieta.

Se a pessoa apenas restringe o cardápio, até perde peso, mas não vai permanecer assim por muito tempo.

Sua emoção continuará sendo direcionada para o lugar errado, provocando o impulso de comer, e ela voltará a engordar. Libertar-se desse impulso é possível quando se aprende a lidar com as emoções.

O auxílio de um profissional qualificado pode ajudar a separar as sensações físicas de fome e saciedade de outras necessidades ou impulsos para comer, como cansaço, raiva ou tédio. O tratamento exige uma abordagem multidisciplinar.

O acompanhamento médico faz-se necessário pelo risco de obesidade, diabetes, etc; medicações antidepressivas também têm se mostrado eficazes para diminuir os episódios de compulsão e sintomas depressivos.

E lembre-se sempre: peso ideal não existe. Ele se situa naquele ponto da balança em que você se olha no espelho – para valer – e sente-se feliz e em harmonia.

O mais importante de tudo é viver bem!! É importante estar ciente de que há outros tipos de transtornos, e se você tiver qualquer dificuldade ou relação infeliz com os alimentos, converse apenas com um terapeuta ou médico, que estão aptos a identificar seu problema específico.

 

Dicas

Não faça dietas muito rígidas, pois assim voce estará se privando de muitos alimentos. Além de perder em nutrientes, esse tipo de regime colabora para a compulsão.

Lembre-se de que por mais gostoso que seja um determinado alimento, não irá desaparecer da face da terra. Você poderá comê-lo mais tarde ou mesmo outro dia.

Coloque em sua cabeça, que nenhum tipo de comida está proibido, mas apenas restrito. A proibição de um alimento, cria um desejo exagerado por ele; comida só cura a fome. Problemas e sentimentos tem outro tipo de solução, como uma boa conversa, um desabafo, uma ida ao cinema, etc.

Não coma em pé ou andando pela casa. Assim não vai saborear os alimentos e nem perceber quando estiver saciada.

Preste atenção ao sabor dos alimentos.

Se estiver comendo algo de que não gosta muito, ou que não está bem preparado, pare.

Seja mais exigente.

Escolha sua comida.

Cima devagar, pois só assim poderá perceber quando estiver satisfeita!

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KECO BRANDÃO COM VIDA VOL. 2

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Pela segunda vez, o compositor, pianista e arranjador Keco Brandão reúne novos e celebrados cantores em estúdio.

Se a vida é a arte do encontro, como dizia Vinicius de Moraes, o pianista, compositor e arranjador Keco Brandão tira todo proveito da máxima filosófica do poeta. Keco Brandão Com Vida Vol. 2 é a continuação de um projeto que celebra o encontro, a música, a amizade e o talento.
Toninho Horta, Ná Ozzetti, Jane Duboc, Zizi Possi, Cida Moreira, Flávio Venturini, Fabiana Cozza, Bruna Moraes, Graziela Medori, Tutuca, Fábio Cadore, Hugo Braquinho, Flávia Wenceslau e Tatiana Parra são os intérpretes que dão voz a canções inéditas e regravações no segundo volume da saga.
Foi semeando amizades e aceitando sugestões de amigos músicos e cantores que Keco Brandão ampliou seus horizontes musicais e firmou a canção em seu repertório autoral. Ele é dono de uma extensa biografia na música, que abarca quatro décadas, com passagens por projetos tão ricos quanto diversos. Integrou a banda pop O-Kotô, fez a direção musical de um show de Fábio Jr., participou das bandas de Gal Costa, Toquinho, Zizi Possi, Pedro Mariano, Cauby Peixoto e de mais um punhado de estrelas. Na televisão, fez arranjos para mais uma enxurrada de cantores – de Ivan Lins a Elza Soares, sobretudo no programa Cia. Da Música, apresentado por João Marcello Bôscoli, e em trilhas para novelas.
Até o lançamento de Keco Brandão Com Vida Vol. 1, em 2017, Keco era reconhecido como pianista e arranjador, havia lançado álbuns instrumentais, transitando da bossa nova à world music. “Flávio Venturini me perguntou por que eu não criava e apresentava um repertório de canções, mas eu não sabia exatamente como começar”, conta. Até que surgiu o convite da amiga e cantora Denise Mello, para que musicasse um poema seu, o que acrescentou novas cores à sua trajetória.

Animado com a possibilidade de colocar a canção em primeiro plano em seu trabalho solo, teve a ideia do encontro com cantores e músicos que admirava e com quem já tinha afinidades musicais. Ou seja, nem tão “solo” assim, mas um trabalho construído por diversas colaborações, distintos timbres e estilos. “Senti a necessidade de confraternizar, agregar, misturar gente bastante famosa a intérpretes até então pouco conhecidos”, diz Keco.
Novamente, o encontro com os amigos abriu ainda mais horizontes. Keco passou a cantar, por sugestão de Jane Duboc, em um show em homenagem a Flávio Venturini, e interpreta três faixas no novo álbum. Encantado com as composições do contrabaixista Yuri Popoff, começou também a escrever letras. Há duas canções da parceria com Yuri no novo disco. Ele ainda apresenta uma composição inédita de melodia e poema próprios, Desde que Ouvi o Samba, cantada por Fabiana Cozza.

O repertório de 18 músicas de Keco Brandão Com Vida Vol. 2, traz outras parcerias, como O Momento, música de Keco e letra de Luiz Tatit, feita sob medida para ser interpretada por Ná Ozzetti (companheira de Tatit no histórico Grupo Rumo). Rita Altério, Lucia Helena Galvão, Augusto Wenceslau, Flávia Wenceslau e Paulo Novaes são outros parceiros de Keco no álbum.

Como efeito supresa, o novo trabalho também revela uma rara Zizi Possi autora, que escreveu trechos da melodia de Prudência, a canção que interpreta. “Zizi é danada, é muito musical! Não apenas compôs parte da melodia sobre o poema de Lucia Helena Galvão como sugeriu frases para o arranjo de cordas. Por isso, também é creditada como arranjadora nessa faixa”, elogia Keco.
A música de Keco Brandão Com Vida Vol. 2 é sutil, cheia de lirismo e abundante em possibilidades harmônicas. Para traçar seu roteiro, Keco não se valeu apenas de composições próprias, mas incluiu outros autores no repertório: Toninho Horta, João Bosco & Cacaso, Claudio Nucci, Vitor & Kleiton Ramil, João Samuel, Eduardo Santhana, Alfredo Gasparetti, Rafael Altério.

Dois mestres merecem menção especial. Para a participação de Cida Moreira, Keco escolheu um dos sambas mais tristes de Cartola, Peito Vazio, que já havia gravado com a mesma cantora em outra ocasião. O músico sentia poder criar um arranjo ainda mais intenso e, ao mesmo tempo, de grande delicadeza. “Não sabia que essa maravilha podia ficar ainda melhor”, disse Cida, como veredito.

A voz de Caravela, de Egberto Gismonti e Geraldo Carneiro, que ficou a cargo de Hugo Branquinho, teve um destino inesperado para Keco. Foi parar nos ouvidos de Egberto – uma marota “tramoia” feita às escondidas por Jane Duboc, que atuou como consultura na faixa e enviou a gravação a Bianca Gismonti, filha do multiinstrumentista. “Dizem que Egberto é bastante exigente em relação à regravação de suas composições por outros músicos, mas mandou uma mensagem a Jane dizendo que era uma das mais bonitas interpretações de Caravela que já ouvira”, comemora Keco.
Keco Brandão Com Vida Vol. 2 será lançado nas plataformas de streaming e também fisicamente, em formato de livro-CD, com a transcrição das letras, a ficha técnica completa e um texto que esmiuça a extensa, intensa e diversa biografia musical de Keco. Como bônus para o colecionador de discos, o CD do primeiro volume também acompanha a obra. Assim, ele acredita que a unidade do projeto, mesmo que sete anos separem as duas partes, possa ser apreciada por inteiro.
Embora haja tanto desencontro pela vida, como completaria Vinicius, a obra coletiva liderada por Keco Brandão é um testemunho do poder dos grandes encontros musicais.

@kecobrandao instagram

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Essas quatro startups vão faturar mais de 100 milhões em 2024 e estão lançando tendências

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Conheça o Aplicativo de Delivery Giross, a plataforma de passagens Buser e mais

O ecossistema de startups brasileiras está em plena efervescência, revelando um cenário de crescimento e inovação sem precedentes. Em uma economia em ascensão que valoriza o empreendedorismo tecnológico, acompanhar o surgimento dessas startups é essencial para compreender as tendências e o futuro dos negócios no Brasil. Essas iniciativas emergentes estão liderando uma revolução em diversos setores, desde a saúde até a educação, passando pelos serviços financeiros e pela inteligência artificial.

Para o ano de 2024, a projeção é que muitas dessas empresas estejam não apenas na vanguarda da inovação, mas também alcancem um desempenho econômico excepcional. A atual conjuntura demonstra que o esforço, a criatividade e os investimentos dedicados estão se convertendo em resultados tangíveis. As startups prometem ser uma das principais forças propulsoras da economia, e analisá-las oferece insights valiosos sobre a evolução dos negócios no país. Confira:

1. Buser (@buser)

A Buser, plataforma de passagens de ônibus, espera crescer seu faturamento em 30% no próximo ano, além de expandir sua atuação com entrada no mercado de linhas regulares. A empresa, que teve receita estável e registrou de julho a dezembro deste ano seu primeiro fluxo de caixa positivo, de 10 milhões de reais.

Para 2024, a empresa pediu à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorização para operar “dezenas de linhas” regulares por meio da Vila Adyana Transportes de Passageiros, empresa de transporte rodoviário criada pela Buser. O mercado de transporte rodoviário de passageiros no Brasil movimenta anualmente cerca de 30 bilhões de reais por ano, de acordo com a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que além da Buser reúne plataformas de aplicativos como Flixbus, 99 e Uber.

2. Giross (@girossapp)

A Giross é uma startup brasileira que atingiu R$ 100 milhões de valuation sem investimentos de terceiros. Fundada pelo baiano Filipe Martins, de 29 anos, a companhia atende empresas como Drogasil, Petz, Arezzo, Subway e mais, além de marcar presença em 320 cidades no Brasil, sendo, ainda, internacional, atuando também em Portugal.

São mais de 62 mil entregadores cadastrados. Com faturamento de R$ 17 milhões em 2023, a marca pretende chegar a R$ 45 milhões em 2024. O acúmulo de 170 mil corridas por mês se une ao diferencial de garantir seguros para as marcas parcerias e para os entregadores. O faturamento mensal passou de R$ 600 mil, em média, para cerca de R$ 1,7 milhão.

Tudo isso sem empréstimos de banco ou aportes de investidores-anjo ou de fundos de investimento. É o que o mercado chama de bootstrapping. Atualmente, a startup de Martins é uma das três companhias do ramo com maior abrangência no Brasil, competindo com Uber, Loggi e Lalamove.

3. Minha Quitandinha (@minhaquitandinhabr)

Atuando no modelo de franquias de minimercado autônomo, a Minha Quitandinha, startup de tecnologia em varejo, planeja abrir 225 unidades em 2024 e projeta um faturamento de R$ 38 milhões, com uma margem de crescimento de 127,5%. A franquia também tem planos de internacionalizar a marca, com foco no mercado norte-americano.

Em 2023, a Minha Quitandinha registrou um faturamento de R$ 18 milhões, com mais de 200 lojas implantadas em 21 estados brasileiros. Para este ano, os planos são dobrar esse resultado. A marca também investe no aprimoramento de ferramentas e tecnologias para fortalecer sua presença no setor de minimercados autônomos. Para isso, a franquia está preparando atualizações de seus softwares próprios, com a intenção de elevar o atendimento aos franqueados da marca e consumidores.

4. Strides (@stridestechcommunity)

Criada com o objetivo de capacitar profissionais de tecnologia para cargos de liderança, a Strides Tech Community completou o seu primeiro ano de atuação com conquistas importantes que já preparam o negócio para a sua próxima fase de expansão. A edtech já atingiu o break even e prevê superar os R$ 10 milhões em faturamento em 2024, mantendo a operação no bootstrap, ou seja, sem abrir captação para investidores neste momento.

A proposta da Strides não é ser uma empresa de cursos. A startup opera no modelo B2B e B2C oferecendo ferramentas educacionais que ajudem líderes e novos líderes da área de tecnologia a seniorizar suas carreiras. Para isso, a companhia criou um método de aprendizagem contínua e 100% prática a partir de mentorias, cases reais, imersões de conteúdo, benchmarkings e networking, no qual os profissionais podem interagir, trocar experiências com a comunidade e, assim, aprender com altos executivos de empresas referência no mercado como Amazon, Nubank, Spotify, Meta e Mercado Livre.

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A cantora carioca, referência da bossa nova, Andréia Pedroso, faz participação especial no show ‘MPB entre amigos’, no dia 19 (sexta), no Beco das Garrafas

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A cantora carioca Andréia Pedroso faz participação especial no show ‘MPB entre amigos’, ao lado de Gustavo Martins (voz e violão), Zé Luiz Maia (baixo), Marcello Guimarães ( teclado) e Marcio Bahia (bateria), onde canta sucessos como “Charme do Mundo ” (Marina Lima e Antonio Cícero”, “Cada um, cada um” (Ronaldo Barcellos) e “Trem Azul” (Lô Borges e Ronaldo Bastos), no próximo dia 19 de abril (sexta), no Beco das Garrafas – Little Club.

 

‘MPB entre amigos’ traz um repertório de gosto apurado, com Caetano Veloso, Chico Buarque, Dori Caymmi, Lô Borges, Milton Nascimento, Ivan Lins, Luiz Melodia, Gonzaguinha e outros nomes importantes no cenário da música popular brasileira. Andréia Pedroso, uma das já consagradas intérpretes da bossa nova, empresta sua voz para esse show que trata do gênero musical da resistência, da transformação e de grandes mudanças na cultura brasileira.

 

O show acontece no dia 19/04 (sexta), às 21h30, no Beco das Garrafas, na Rua Duvivier, 37, Copacabana, RJ. Ingressos R$ 60,00 (bilheteria)

Sobre Andreia Pedroso

 

Cantora carioca, intérprete, letrista e compositora da MPB. Mestre em Educação Musical pela Escola de Música da UFRJ, licenciada em Educação Artística pela Universidade Metodista/ BENNETT, no Rio de Janeiro. Curso de Letras Português-Literaturas pela Faculdade de Letras da UFRJ (incompleto). Curadora e Preparadora vocal no projeto PreparaVoz – Oficina de Canto – realizada no Centro da Música Carioca Artur da Távola/ SMC (2019-2021), do Voz em Canto Oficina de Canto – realizada no Atelier Geraldo Aguiar (2023)e Preparadora vocal da bateria TIM e das Oficinas de Canto da COART/ UERJ (2001-2003).

Sobre ‘MPB entre amigos’

Gustavo Martins – toca violão desde os nove anos de idade, quando iniciou os estudos do instrumento. Formado em harmonia funcional pelo Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical (Cigam), estudou violão com diversos professores, entre os quais Carlos Delmiro, Odair Assad e Renato Alvim. No Rio de Janeiro, sua cidade natal, já se apresentou cantando e tocando em inúmeras casas noturnas e teatros, além de incursões em outras cidades brasileiras, incluindo Brasília e São Paulo. Atualmente, Gustavo integra o grupo Bossa Mais, ao lado do baixista Zé Luiz Maia e do baterista Márcio Bahia, e o trio se apresenta constantemente no Beco das Garrafas, famoso reduto da bossa nova e do samba-jazz no Rio de Janeiro.

Zé Luiz Maia – filho do contrabaixista Luizão Maia. Primo do contrabaixista Arthur Maia. Ingressou no cenário artístico em 1986, tendo atuado como contrabaixista em diversos festivais, shows e gravações. Integrou conjuntos musicais acompanhando Bebel Gilberto, João Nogueira, Martinho da Vila e Elza Soares, entre outros.

Participou de inúmeras gravações com instrumentistas como Gilson Peranzzetta, Joe Sample, Wagner Tiso, J. Moraes, Paulo Moura, Maurício Einhorn e Paschoal Meirelles, e com intérpretes como Eliana Pittman, Beto Guedes, Beth Carvalho, Paulinho Tapajós, Kleiton & Kledir e Quarteto em Cy. Em 2000, atuou com Leny Andrade, Paulo Moura, Dário Galante e Kleiton & Kledir, entre outros. Nesse mesmo ano, integrou a orquestra do especial de música realizado pela Rede Globo, dirigida por Wagner Tiso, acompanhando Al Jarreau, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Jorge Benjor, entre outros.

Marcello Guimarães – tendo estudado brevemente música erudita durante a infância, foi à música popular que se dedicou mais, sobretudo depois de ter mais contato com a música de Tom Jobim. Cursou harmonia funcional e prática de conjunto no CIGAM (Centro Ian Guest de aperfeiçoamento Musical), onde também estudou piano com renomados professores.

Estudou um semestre na Escola Portátil de Música com o pianista arranjador e compositor Cristóvão Bastos, que há anos é uma influência importante na sua forma de tocar e arranjar. Durante mais de trinta anos de carreira, tem atuado como arranjador, produtor musical e pianista, tendo se apresentado em locais como Mistura Fina, Vinícius Bar, Centro Cultural Banco do Brasil, Sala Bradesco, Sala Baden Powell, Centro da Música Carioca Artur da Távola e Beco das Garrafas (Little Club e Bottle’s Bar).

Márcio Bahia – percussionista e baterista, Márcio Bahia nasceu em Niterói no dia 18 de dezembro de 1958. Sob a influência de músicos na família, começou cedo a aprender música como autodidata, descobrindo o prazer de tocar e ouvir que o acompanha até hoje. Estudou também com Edgard Nunes Rocca, o Bituca, uma lenda brasileira da bateria e percussão erudita, e José Cláudio das Neves e Hugo Tagnin, na Escola de Música Villa-Lobos. Um dos fundadores do grupo O Circo, também passou pela Escola de Música Villa Lobos e Colégio da Orquestra Sinfônica Brasileira.

Participou da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde permaneceu até o fim de 1980, alternando as apresentações da Sinfônica com a participação em grupos de música popular e rock. Em 1978 tocou com a Banda de Lá, e em 1980, formou o Swing Mania.

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