Especialista em medicina regenerativa explica
Com a chegada do inverno, muitas pessoas notam um aumento das dores articulares e musculares. E não é apenas uma impressão: segundo o ortopedista e especialista em medicina regenerativa, Dr. Felipe Kayat, há explicações científicas para esse fenômeno.
Temperaturas baixas contraem os vasos e aumentam a rigidez
“O frio provoca uma vasoconstrição natural no corpo, ou seja, os vasos sanguíneos se contraem para conservar calor. Isso reduz a circulação, principalmente nas extremidades e articulações, o que leva à rigidez e ao aumento da dor, especialmente em quem já tem processos inflamatórios ou lesões antigas”, explica o médico.
Articulações menos lubrificadas e mais sensíveis
Além da circulação reduzida, as articulações também sofrem com a queda de temperatura. “O líquido sinovial, que age como lubrificante articular, pode perder eficiência no frio, o que aumenta o atrito entre os ossos e causa mais desconforto. Isso é ainda mais comum em pessoas com artrose ou desgaste articular.”
Menor exposição ao sol e queda da vitamina D
Outro ponto importante é a queda da produção de vitamina D. “Durante o inverno, as pessoas se expõem menos ao sol, o que reduz a produção natural de vitamina D — fundamental para a saúde muscular, óssea e imunológica. Essa deficiência está diretamente ligada ao aumento da dor e da fadiga muscular.”
Sedentarismo sazonal também é um agravante
Com os dias mais frios, é comum que as pessoas se movimentem menos. “A redução da atividade física aumenta a rigidez muscular e favorece a inflamação. O corpo precisa de movimento para manter as articulações lubrificadas e os músculos ativos. O sedentarismo típico do inverno agrava os sintomas”, alerta o especialista.
Aspectos emocionais influenciam a dor
O inverno também pode afetar o humor, o sono e os níveis de estresse — fatores que impactam diretamente a percepção da dor. “A dor não é apenas física, ela é modulada pelo sistema nervoso. Se a pessoa está mais ansiosa, dorme mal ou tem um padrão emocional alterado, ela sente mais dor, mesmo que a causa seja a mesma.”
Dr. Felipe destaca que algumas medidas simples podem ajudar a passar pelo inverno com mais conforto: manter uma rotina leve de atividade física, fazer alongamentos, manter o corpo aquecido, buscar exposição ao sol e, claro, procurar avaliação médica em caso de dor persistente.
O papel da medicina regenerativa
“A medicina regenerativa tem se mostrado muito eficaz no tratamento da dor crônica. Usamos técnicas como o PRP (plasma rico em plaquetas) para estimular a regeneração dos tecidos, reduzir a inflamação e melhorar a função articular. É uma abordagem moderna, com foco em tratar a causa da dor e não apenas os sintomas”, afirma.
Dor não é normal e deve ser tratada
Por fim, o especialista reforça: “Sentir dor constantemente não é natural. Se a dor piora no inverno ou já está presente há muito tempo, é hora de investigar. Com o tratamento certo, é possível viver com mais mobilidade, bem-estar e qualidade de vida — em qualquer estação do ano.”