Caio Infante, vice-presidente da Radancy e co-fundador da Employer Branding Brasil, revela as tendências sobre o futuro do trabalho
O futuro do trabalho está cada vez mais focado em experiências e habilidades reais dos profissionais, e não apenas em currículos formais ou diplomas acadêmicos. A afirmação vem de Caio Infante, vice-presidente regional (LATAM) da Radancy e um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, que compartilha suas percepções sobre as novas tendências do mercado de trabalho e como a Inteligência Artificial está moldando o processo de recrutamento.
Com a revolução digital acelerando, Caio destaca que o diploma universitário, embora ainda importante, deixou de ser critério determinante para contratação. “Hoje em dia, o conhecimento é mais acessível do que nunca, muitas vezes gratuito, e o que realmente faz a diferença são as experiências profissionais acumuladas ao longo da carreira”, afirma Infante. “As empresas estão mais interessadas na bagagem real que o profissional traz em vez de se prenderem a uma lista de qualificações formais“, completa.
Ainda de acordo com Caio, a mudança na forma como as empresas avaliam os candidatos não se resume apenas à experiência prática, mas, também, ao desenvolvimento das chamadas soft skills, habilidades como liderança, comunicação, adaptabilidade e inteligência emocional. “Estas habilidades se tornaram essenciais no mundo corporativo atual, onde a capacidade de se adaptar e aprender rapidamente é fundamental”, complementa.
A Inteligência Artificial tem sido uma aliada importante nesse novo cenário, sendo usada tanto para ajudar candidatos a se prepararem para entrevistas como para filtrar e selecionar perfis profissionais de maneira mais assertiva. Segundo o especialista, a IA não está substituindo o humano, mas, sim, aprimorando o processo seletivo e o tornando mais eficiente e justo. Além disso, ela ajuda a identificar competências que, muitas vezes, não são visíveis em um currículo tradicional, como a habilidade de trabalhar em equipe ou a capacidade de resolver problemas complexos.
Caio também acredita que a tendência de desvalorização do currículo formal se reflete em uma mudança de mentalidade global. No exterior, por exemplo, já se fala no fim do currículo. Em vez de uma lista de formações acadêmicas e experiências passadas, a pergunta é: “O que você faz bem?”. O objetivo é identificar a verdadeira competência do profissional em vez de avaliar o que ele parece ser baseado no papel.
Em relação ao futuro, Caio antecipa que os formatos tradicionais de currículo vão desaparecer, dando lugar a formas mais dinâmicas e interativas de apresentação profissional como portifólios online, demonstrações de habilidades em tempo real e até mesmo registros de experiências práticas. “O currículo no formato tradicional vai sumir. O que importa agora é o que você entregou e como isso impactou no seu ambiente de trabalho”, explica.
Para Infante, o aprendizado contínuo será a chave para o sucesso profissional no futuro. “O conceito de upskilling e reskilling está se tornando cada vez mais presente. As pessoas estão trocando de área dentro da própria empresa, não apenas mudando de posição, mas de departamento. As empresas precisam estar preparadas para investir no crescimento interno dos seus colaboradores, permitindo que eles se reinventem e acompanhem as mudanças do mercado”, finaliza.
O especialista destaca três dicas de ouro para quem quer se destacar no mercado de trabalho do futuro mostrando além do currículo:
Mostre interesse e curiosidade
Isso vale tanto em relação à empresa como ao cargo desde o momento do início do processo seletivo e, principalmente, no momento da entrevista de emprego. Isso é fundamental, assim como pesquisar sobre o mercado e sobre as novas formas de trabalho atuais.
Entenda em que você é bom
O que você faz de bom? Use essa habilidade para se (re)colocar no trabalho. E esse também é a maneira ideal de se vender no mercado. Se você não souber em que você é bom, vale perguntar para as pessoas que convivem com você.
Valorize suas experiências profissionais anteriores
O mercado prefere, cada vez mais, profissionais com experiência em vez de profissionais com formações específicas. O importante é mostrar o quanto você se desenvolveu em seus empregos e os resultados que conseguiu entregar.
Sobre Caio Infante
Eleito por três anos consecutivos como um dos profissionais de RH mais influentes do mercado, Caio Infante é formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM e possui MBA em Gestão Internacional pela University of Technology, em Sidney, na Austrália. Com carreira profissional desenvolvida na área de Negócios em agências de propaganda do País e do exterior, atuou, também, no site Trabalhando.com como diretor Comercial e de Marketing, chegando a Country Manager da operação. Desde o início de 2017, Caio está na Radancy, onde seu conhecimento sobre marca empregadora cresceu exponencialmente. Hoje, ocupa o cargo de vice-presidente regional da agência, mantendo contato com alguns dos maiores nomes mundiais do tema.
Caio Infante também é um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, a maior comunidade sobre marcas empregadoras, com mais de 40 mil seguidores nas redes sociais.
Recentemente, Caio passou a ocupar, também, o cargo de Diretor de Patrocínios da ABRHSP (Associação Brasileira de Recursos Humanos – SP) da Regional Berrini.