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Cultura

Nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa é um mergulho na diversidade das línguas indígenas no Brasil

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Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação tem curadoria de Daiara Tukano, consultoria especial para línguas indígenas de Luciana Storto e coordenação de pesquisa e assistência de curadoria de Majoí Gongora

Fotos de divulgação da exposição estão disponíveis neste linkhttps://is.gd/NheePora (crédito: Ciete Silvério) 

“Língua é pensamento, língua é espírito, língua é uma forma de ver o mundo e apreciar a vida”. É assim que a curadora Daiara Tukano descreve o ponto de partida de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, a nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. A mostra propõe ao público uma imersão em uma floresta cujas árvores representam dezenas de famílias linguísticas às quais pertencem as línguas faladas hoje pelos povos indígenas no Brasil – cada uma delas veicula formas diversas de expressar e compreender a existência humana. A exposição busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas milenares.

Contando com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas – entre cineastas, pesquisadores, influenciadores digitais e artistas visuais como Paulo Desana, Denilson Baniwa e Jaider Esbell –, a mostra tem curadoria de Daiara Tukano, artista, ativista, educadora e comunicadora indígena; consultoria especial de Luciana Storto, linguista especialista no estudo de línguas indígenas; e coordenação de pesquisa e assistência curatorial da antropóloga Majoí Gongora, em diálogo com a curadora especial do Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz. A abertura da exposição marca, no Brasil, o lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela UNESCO em todo o mundo.

O projeto conta com a articulação e o patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, o patrocínio do Grupo Volvo e da Petrobras, e o apoio de Mattos Filho – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta, ainda, com a cooperação da UNESCO, no contexto da Década Internacional das Línguas Indígenas, e das seguintes instituições: Instituto SocioambientalMuseu da Arqueologia e Etnologia da USPMuseu do Índio da Funai e Museu Paraense Emílio Goeldi.

O convite para conhecer as línguas faladas pelos povos indígenas e as transformações decorrentes da invasão colonial é também um chamado para experimentar outras concepções de mundo, e começa no próprio nome da exposição que vem da língua Guarani Mbya, composto a partir de duas palavras: nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã quer dizer belo, bom. Juntos, os dois vocábulos significam “belas palavras”, “boas palavras” – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência humana na terra.

Nhe’ẽ Porã é uma exposição necessária e urgente. Foi com essa convicção que levamos essa ideia para o Museu da Língua Portuguesa. Queríamos também contribuir com a UNESCO para chamar a atenção de toda sociedade para a Década Internacional das Línguas Indígenas. Essa exposição tem a função de nos lembrar que falar de povos indígenas é falar de diversidade. A variedade e a riqueza das línguas nela representadas explicitam isso de forma inquestionável. Os diferentes povos indígenas têm muito a nos ensinar sobre pluralidade social, diferentes formas de interação indivíduo-natureza e outros modos possíveis de constituição de sociedade e de vida no planeta”, afirma Maria Luiza Paiva, Vice-Presidente Executiva de Sustentabilidade da Vale.

“Preservar as línguas indígenas em toda a sua diversidade é, também, preservar a nossa cultura enquanto brasileiros. No Instituto Cultural Vale acreditamos que, mais que patrocinar, é importante articular ações culturais que levem toda a riqueza de saberes e fazeres do Brasil às pessoas. Esperamos que a Nhe’ẽ Porã nos leve a conhecer mais sobre nossos povos originários, e que nos leve a refletir, enquanto sociedade, sobre suas formas de criar, viver e conviver”, diz Hugo Barreto, Diretor-Presidente do Instituto Cultural Vale.

“Para a UNESCO, como agência líder das Nações Unidas na condução da Década Internacional das Línguas Indígenas, esta iniciativa é fundamental para que todos sejam mobilizados quanto à importância da preservação da diversidade linguística indígena, em um contexto internacional com tantos desafios. O lançamento da Década no Brasil, durante a abertura desta exposição, demonstra a força de uma ação conjunta, no âmbito da cultura e da educação, pelo reconhecimento e pela valorização do legado dos povos originários, bem como para a garantia de seus direitos culturais. A iniciativa contribui para a promoção da diversidade cultural, para o diálogo intercultural e para o desenvolvimento sustentável, de maneira que as línguas indígenas, bem como outras expressões simbólicas e materiais desses povos, possam ser preservadas e tratadas como bem público global indispensável para a humanidade”, destaca Marlova Jovchelovitch Noleto, Diretora e Representante da UNESCO no Brasil.

“Estamos muito emocionados e esperamos que seja a primeira de muitas exposições sobre línguas indígenas do Museu da Língua Portuguesa, com curadoria indígena. Nossa exposição principal já fala bastante sobre a presença indígena na língua portuguesa, na perspectiva do patrimônio imaterial que ajuda a moldar a nossa identidade como brasileiros. A exposição Nhe’e Porã aprofunda essa relação”, diz a diretora executiva do IDBrasil, organização social de cultura responsável pela gestão do Museu da Língua Portuguesa, Renata Motta.

“A nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa evidencia a imensa contribuição dos povos originários à construção do patrimônio cultural comum da língua portuguesa por meio das diversas línguas indígenas, que revelam modos de ser, estar e pensar fundamentais para a compreensão do Brasil do presente e para a invenção do Brasil do futuro”, explica Sérgio Sá Leitão, Secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. “De um modo criativo e lúdico, ela também reforça o papel do Museu da Língua Portuguesa como um espaço de aprendizagem e de valorização da diversidade cultural do Brasil.”

A EXPOSIÇÃO
A exposição tem uma lógica circular, não importando onde é o começo ou o fim. Atravessando todo o espaço, o visitante encontrará um rio de palavras grafadas em diversas línguas indígenas, criando um fluxo que conectará as salas em um ciclo contínuo. Num dos possíveis pontos de partida, o visitante se depara com uma floresta de línguas indígenas representando a grande diversidade existente hoje no Brasil. Nessa floresta, o público poderá conhecer a sonoridade de várias delas.

A sala ao lado, “Língua é Memória”, traz à tona históricos de contato, violência e conflito decorrentes da invasão dos territórios indígenas desde o século 16 até a contemporaneidade, problematizando o processo colonial que se autodeclara “civilizatório”. Neste ambiente, outras histórias serão contadas por meio de objetos arqueológicos, obras de artistas indígenas, registros documentais, mapas e recursos audiovisuais e multimídia. As transformações das línguas indígenas são tratadas em conteúdos que exploram a resiliência, a riqueza e a multiplicidade das formas de expressão dos povos indígenas. “Colocamos em debate o fato de que somos descritos como povos ágrafos, sem escrita, mas nossas pinturas também são escritas – só que não alfabéticas”, explica Daiara Tukano.

O ambiente apresenta também outras formas de comunicação entre os povos indígenas, como o monumental trocano – um tambor feito a partir de uma tora única e cedido pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da USP –, que Daiara Tukano descreve como “o WhatsApp de antigamente”. Este instrumento pertence aos povos do Alto Rio Negro, e na exposição será acompanhado por outros objetos cerimoniais originários da mesma região, onde nasceu o pai da curadora. Devido às proibições de práticas rituais e à violência decorrentes da presença missionária salesiana no Alto Rio Negro, as línguas e culturas desses povos foram afetadas enormemente.

Em um jogo de contrapontos, esta sala exibe também uma palmatória utilizada em escolas religiosas para castigar crianças indígenas que insistissem em falar suas línguas em vez do português. A peça é feita de Pau-Brasil, árvore considerada símbolo nacional, e que dá nome ao País.

Na sala “Palavra tem poder”, o público conhecerá a pluralidade das ações e criações indígenas contemporâneas a partir de seu protagonismo em diferentes espaços da sociedade, a exemplo de sua atuação no ensino, na pesquisa e nas linguagens artísticas. Os conteúdos estão distribuídos em nichos temáticos, entre eles destacamos os filmes do “Ninho do Japó”, sala de projeção com exibição de produções de autoria indígena.

Ao acompanhar o percurso do rio, os visitantes alcançam um quarto ambiente, noturno, uma atmosfera onírica introspectiva que permite o contato com a força presente nos cantos de mestres e mestras das belas palavras. O rio que percorria o chão da exposição, agora sobe a parede como uma grande cobra até se transformar em nuvens de palavras – preparando a chuva que voltará a correr sobre o próprio rio, dando continuidade ao ciclo.

 

SOBRE O MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Localizado na Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.

O Museu da Língua Portuguesa é um equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil Cultura, Esporte e Educação é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.

Patrocínios e parcerias 
A reconstrução do Museu tem patrocínio máster da EDP e patrocínio do Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.

A Temporada 2022 conta com patrocínio do Grupo Volvo, do Instituto Cultural Vale e do Itaú Unibanco, apoio da Booking.com e do Grupo Ultra e das empresas parceiras Cabot, Marsh McLennan, Mattos Filho, Verde Asset Management, FaberCastell e Bain&Company. Rádio CBN, Revista Piauí, Guia da Semana, Dinamize e JCDecaux são seus parceiros de mídia. A Temporada é realizada pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

SERVIÇO 
Exposição temporária Nhe’ Porã: Memória e Transformação
De 12 de outubro de 2022 a 23 de abril de 2023
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Grátis para crianças até 7 anos
Grátis aos sábados
Acesso pelo Portão A
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet:
https://bileto.sympla.com.br/event/68203 

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Cultura

Tonio Carvalho lança “Erês, guris, bacuris e outros PUTOS “, sua primeira obra literária para adultos, para falar sobre as diversas realidades das crianças no país

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Editado pela Kimera, o livro será lançado no próximo dia 5 de junho, na Livraria da Travessa Botafogo

 

O autor Tonio Carvalho lança “Erês, guris, bacuris e outros PUTOS “, sua primeira obra na literatura para adultos, onde, através de contos, fala da crua realidade das crianças e das suas trajetórias submetidas a sofrimentos e às desigualdades sócio-culturais, em um país que escolhe para quem olhar.

O livro, da Editora Kimera, será lançado no dia 05 de junho, das 19h às 22h, na Livraria da Travessa Botafogo, Rua Voluntários da Pátria, 97, com a presença do autor.

Sinopse

As crianças do Brasil não são apenas os meninos e meninas, são os erês, guris, bacuris, pivetes, moleques, pivetes, garotos e garotas, miúdos e miúdas, putos – como a eles se referem em Portugal. Enfim, todos aqueles que são ou os que ainda somos, pixotes. A eles, este livro de contos é dedicado: aos que já se foram, humilhados, machucados, violentados e mortos e aos que ainda sobrevivem submetidos à maus tratos, miséria, fome, sede, frio, e ao mesmo ciclo perverso de humilhações e violências até a morte. Esse, infelizmente, é o mundo em que vivemos sob o olhar complacente dos que fomentam guerras, impõem discriminações de fé, sexo ou cor da pele.


A indiferença ao sofrimento de crianças solitárias, largadas ao abandono, desnutridas, submetidas a trabalhos forçados semelhantes à escravidão não deveria passar despercebida. No entanto, essa realidade não é especialidade desses dois brasis – um rico e outro vulnerável – é o que se constata enquanto cresce a desigualdade aqui e no mundo: a desnutrição não é apenas física. A desnutrição do Saber, do Conhecimento, gera a miséria da Ignorância. E a ignorância leva, social e politicamente, a extremos perigosos.

Estes nossos pequenos aí revelados, em “Erês, guris, bacuris e outros PUTOS”, são fruto do nosso olhar incrédulo sobre a crueldade humana – o que nos deixa muito p***, não como o termo é de uso em Portugal.

Sobre Tonio Carvalho

Tonio Carvalho é autor e diretor teatral. Como escritor, “Erês, guris, bacuris e outros PUTOS “significa sua estreia na Literatura para adultos, embora já tenha lançado um livro de poemas intitulado “No Feitiço das Festas de Fé”, inspirado em suas memórias da infância, vivida nos subúrbios do Rio de Janeiro.

Suas lembranças do universo infanto-juvenil também o levaram à literatura e ao teatro para jovens. A “Coleção do Avesso” é um exemplo: textos bem humorados, poéticos ou provocadores como “A avó dos dinossauros”, “Lia foi à Lua”, “O menino do avesso”, foram alguns dos oito livros da Coleção que fizeram a diversão e a reflexão da garotada.

Em teatro, Tonio escreveu e dirigiu para um público que encantava e emocionava jovens e adultos. Sua dramaturgia e suas encenações o levaram a receber inúmeros prêmios Mambembe, RioArte, APCA, etc. Entre textos e espetáculos, podemos ressaltar “As 3 luas de Junho”, “A idade do sonho”, “Em busca do coração secreto”, o auto de Natal “O mistério do boi surubim” – que teve a obra adaptada para o “Brava Gente” da TV Globo. Em sua trajetória criativa abraçou a cultura popular ao desenvolver teatralmente uma obra específica para o Museu de Folclore do Rio de Janeiro, encenando no próprio museu “A brincadeira do boi voador”. Por sua identificação com a cultura popular, recebeu prêmios por textos para Mamulengos: “Mariazinha do bole-bole” e “Florzinha que não se cheira e Firmino papa-tudo na rua do sobe e desce à caminho do Juízo”. Tonio criou com Dora Castellar o texto “Norma”, que também dirigiu, resultando num espetáculo teatral considerado, no ano de sua estreia, como “um dos melhores do ano” pela crítica Barbara Heliodora.

Além do teatro e da literatura, Tonio tem a expectativa de ainda ver filmados vários roteiros para cinema: ” Belo”, “Kim”, “Dois Homens”, etc. Em breve terá seu “Pequeno Atlas Poético” apresentado ao público – uma obra dedicada aos brasileiros de todas as idades e ilustrada por Fred Vegele.

Ficha técnica

Título: “Erês, guris, bacuris e outros PUTOS”

Autor: Tonio Carvalho

Editora: Kimera

Edição: 1ª edição, 2024

168 p

Literatura brasileira, crônicas

ISBN 978-85-68883-80-8

Assessoria de Imprensa: Paula Ramagem

Revisão: Flor de Letras / Claudia Gouvêa

Capa: Tonio Carvalho

Editor: Vanderlei Sadrack

Projeto gráfico: Editora Kimera

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Cultura

Keco Brandão lança “COM VIDA VOL. 2”

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Pela segunda vez, o compositor, pianista e arranjador Keco Brandão reúne novos e celebrados cantores em estúdio.

Se a vida é a arte do encontro, como dizia Vinicius de Moraes, o pianista, compositor e arranjador Keco Brandão tira todo proveito da máxima filosófica do poeta. Keco Brandão Com Vida Vol. 2 é a continuação de um projeto que celebra o encontro, a música, a amizade e o talento.

Toninho Horta, Ná Ozzetti, Jane Duboc, Zizi Possi, Cida Moreira, Flávio Venturini, Fabiana Cozza, Bruna Moraes, Graziela Medori, Tutuca, Fábio Cadore, Hugo Braquinho, Flávia Wenceslau e Tatiana Parra são os intérpretes que dão voz a canções inéditas e regravações no segundo volume da saga.

Foi semeando amizades e aceitando sugestões de amigos músicos e cantores que Keco Brandão ampliou seus horizontes musicais e firmou a canção em seu repertório autoral. Ele é dono de uma extensa biografia na música, que abarca quatro décadas, com passagens por projetos tão ricos quanto diversos. Integrou a banda pop O-Kotô, fez a direção musical de um show de Fábio Jr., participou das bandas de Gal Costa, Toquinho, Zizi Possi, Pedro Mariano, Cauby Peixoto e de mais um punhado de estrelas. Na televisão, fez arranjos para mais uma enxurrada de cantores – de Ivan Lins a Elza Soares, sobretudo no programa Cia. Da Música, apresentado por João Marcello Bôscoli, e em trilhas para novelas.

Até o lançamento de Keco Brandão Com Vida Vol. 1, em 2017, Keco era reconhecido como pianista e arranjador, havia lançado álbuns instrumentais, transitando da bossa nova à world music. “Flávio Venturini me perguntou por que eu não criava e apresentava um repertório de canções, mas eu não sabia exatamente como começar”, conta. Até que surgiu o convite da amiga e cantora Denise Mello, para que musicasse um poema seu, o que acrescentou novas cores à sua trajetória.

Animado com a possibilidade de colocar a canção em primeiro plano em seu trabalho solo, teve a ideia do encontro com cantores e músicos que admirava e com quem já tinha afinidades musicais. Ou seja, nem tão “solo” assim, mas um trabalho construído por diversas colaborações, distintos timbres e estilos. “Senti a necessidade de confraternizar, agregar, misturar gente bastante famosa a intérpretes até então pouco conhecidos”, diz Keco.

Novamente, o encontro com os amigos abriu ainda mais horizontes. Keco passou a cantar, por sugestão de Jane Duboc, em um show em homenagem a Flávio Venturini, e interpreta três faixas no novo álbum. Encantado com as composições do contrabaixista Yuri Popoff, começou também a escrever letras. Há duas canções da parceria com Yuri no novo disco. Ele ainda apresenta uma composição inédita de melodia e poema próprios, Desde que Ouvi o Samba, cantada por Fabiana Cozza.

O repertório de 18 músicas de Keco Brandão Com Vida Vol. 2, traz outras parcerias, como O Momento, música de Keco e letra de Luiz Tatit, feita sob medida para ser interpretada por Ná Ozzetti (companheira de Tatit no histórico Grupo Rumo). Rita Altério, Lucia Helena Galvão, Augusto Wenceslau, Flávia Wenceslau e Paulo Novaes são outros parceiros de Keco no álbum.

Como efeito supresa, o novo trabalho também revela uma rara Zizi Possi autora, que escreveu trechos da melodia de Prudência, a canção que interpreta. “Zizi é danada, é muito musical! Não apenas compôs parte da melodia sobre o poema de Lucia Helena Galvão como sugeriu frases para o arranjo de cordas. Por isso, também é creditada como arranjadora nessa faixa”, elogia Keco.

A música de Keco Brandão Com Vida Vol. 2 é sutil, cheia de lirismo e abundante em possibilidades harmônicas. Para traçar seu roteiro, Keco não se valeu apenas de composições próprias, mas incluiu outros autores no repertório: Toninho Horta, João Bosco & Cacaso, Claudio Nucci, Vitor & Kleiton Ramil, João Samuel, Eduardo Santhana, Alfredo Gasparetti, Rafael Altério.

Dois mestres merecem menção especial. Para a participação de Cida Moreira, Keco escolheu um dos sambas mais tristes de Cartola, Peito Vazio, que já havia gravado com a mesma cantora em outra ocasião. O músico sentia poder criar um arranjo ainda mais intenso e, ao mesmo tempo, de grande delicadeza. “Não sabia que essa maravilha podia ficar ainda melhor”, disse Cida, como veredito.

A voz de Caravela, de Egberto Gismonti e Geraldo Carneiro, que ficou a cargo de Hugo Branquinho, teve um destino inesperado para Keco. Foi parar nos ouvidos de Egberto – uma marota “tramoia” feita às escondidas por Jane Duboc, que atuou como consultura na faixa e enviou a gravação a Bianca Gismonti, filha do multiinstrumentista. “Dizem que Egberto é bastante exigente em relação à regravação de suas composições por outros músicos, mas mandou uma mensagem a Jane dizendo que era uma das mais bonitas interpretações de Caravela que já ouvira”, comemora Keco.

Keco Brandão Com Vida Vol. 2 será lançado nas plataformas de streaming e também fisicamente, em formato de livro-CD, com a transcrição das letras, a ficha técnica completa e um texto que esmiuça a extensa, intensa e diversa biografia musical de Keco. Como bônus para o colecionador de discos, o CD do primeiro volume também acompanha a obra. Assim, ele acredita que a unidade do projeto, mesmo que sete anos separem as duas partes, possa ser apreciada por inteiro.

Embora haja tanto desencontro pela vida, como completaria Vinicius, a obra coletiva liderada por Keco Brandão é um testemunho do poder dos grandes encontros musicais.

Ouça o disco: https://tratore.ffm.to/com_vida_vol2

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Cultura

Nicnet leva o Digital Truck da DPR Telecomunicações para Cravinhos

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Casa digital itinerante ambientada em caminhão show apoia provedores de Internet por todo o Brasil

A cidade de Cravinhos, em São Paulo, recebe nos próximos dias a visita do Digital Truck da DPR Telecomunicações, indústria com 29 anos de mercado. A ação realizada pelo provedor de internet, Nicnet, reforça a presença da marca na cidade ao levar aos clientes locais a casa digital itinerante construída dentro de um caminhão show.

A Nicnet é uma empresa que iniciou suas atividades com o intuito de prestar serviços com excelência no ramo de Internet, por isso conta com técnicos altamente treinados e capacitados para solucionar qualquer problema com eficiência e rapidez. Sempre em busca de novas tecnologias para melhorar a qualidade de seus serviços levando satisfação a seus clientes, a empresa tem sede em Cravinhos e atende as cidades de Barretos, Barrinha, Cravinhos, Cruz das Posses, Pontal, Porto Ferreira, Ribeirão Preto, Sertãozinho e Bebedouro.

O caminhão, fruto de uma parceria entre a DPR e a NOKIA, é disponibilizado aos provedores que fecham um projeto de Turn-Key DPR, financiamento único que viabiliza o retorno do investimento ao ISP. O cliente DPR obtém esta solução incrível para inauguração e reforço de marca de sua rede, oferecendo uma experiência única de conectividade aos seus clientes e futuros clientes. A solução de construção e expansão de rede garante praticidade, redução de custos e segurança operacional ao projeto do provedor, incluindo produtos de ativação e mão de obra.

O Digital Truck é um veículo totalmente climatizado envelopado na cor preta que possui um baú modelo fechado com porta palco. Na parte interna da casa tem TVs Smart 60”, câmeras inteligentes, Alexa, beacons (extensores Wi-Fi Nokia) para fazer Rede Mesh, tomadas inteligentes, estação gamer com Xbox e Playstation 4 e sensor de presença.

Segundo Vander Stephanin, vice-presidente da DPR, essa é uma excelente oportunidade para demonstrar o potencial da rede. “O Digital Truck é uma valiosa ferramenta de marketing. Com ele será possível os clientes da Nicnet experimentarem a conexão e serviços oferecidos. Desejamos sucesso ao nosso cliente!”, comenta.

A cidade de Cravinhos pertence à Região de Ribeirão Preto e conta hoje com cerca de 34 mil habitantes. As atividades econômicas do município que mais se destacam são a lavoura de cana-de-açúcar e as indústrias de diversos segmentos. Cravinhos está despontando como um grande pólo industrial do Interior de SP e o município possui, ainda, unidades de empresas multinacionais de diversas áreas de atuação.

O caminhão estará no Parque Ecológico de Cravinhos – Av. Salvador Pagano, de 20 a 23 de março de 2024 (quarta, quinta e sexta-feira, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 14h).

Sobre a DPR

A DPR Telecomunicações, empresa brasileira com capital 100% nacional que atua há 29 anos no mercado, oferece soluções exclusivas e integradas para a estrutura do Setor de Telecom de Internet de Banda Larga Fixa, contribuindo com o processo de inclusão digital no País.

Com uma cadeia produtiva composta, prioritariamente, por parceiros nacionais, a montagem dos produtos ocorre na fábrica sediada em Sorocaba (SP), em uma área com mais de 9.000 m².

As soluções DPR são desenvolvidas para atender as necessidades climáticas do País, bem como o perfil de aplicação técnica da região. Líder em tecnologia e serviços para ISPs do Brasil, possui mais de 100 patentes registradas.

Com foco total no cliente, a empresa desenvolve o que há de mais moderno e inovador para os provedores e operadoras de Internet, além de ser a maior distribuidora Nokia da América Latina. Muito mais que uma desenvolvedora de produtos, a empresa oferece ao mercado condições de pagamento diferenciadas e o Turn-Key, financiamento único que viabiliza o retorno do investimento ao ISP. A solução garante praticidade, redução de custos e segurança operacional ao projeto do provedor, incluindo produtos de ativação de redes e mão de obra.

Um trabalho de quase 30 anos para que provedores e operadoras do Brasil tenham as melhores soluções em suas redes e cresçam de forma sustentável.

Acesse nosso site e confira: www.dpr.com.br

DPR. Construindo as redes do futuro.

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