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O RACISMO POR TRÁS DE UM DOS PAIS DA LITERATURA DE HORROR

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[O RACISMO POR TRÁS DE UM DOS PAIS DA LITERATURA DE HORROR] Livro expõe o racismo por trás da obra de H. P. Lovecraft

Pesquisador amante de obras de terror analisou o discurso xenófobo do autor dentro do conto “Horror em Red Hook”

“A população é um emaranhado e um enigma incorrigível; elementos sírios, espanhóis, italianos e negros chocam-se uns com os outros, e fragmentos de cinturões escandinavos e norte-americanos não vivem muito longe. Trata-se de uma babel de sons e sujeira lançando exclamações estranhas para responder ao barulho das ondas oleosas nos molhes imundos e às ladainhas monstruosas dos apitos do porto. Muito tempo atrás se vivia um quadro mais aprazível, com marinheiros de olhos claros nas ruas mais abaixo e lares de bom gosto e solidez onde as casas maiores acompanham a colina. […] dessa confusão de putrescência material e espiritual, as blasfêmias de uma centena de dialetos investem contra o céu. Quando as hordas de vagabundos vagam sem destino gritando e cantando pelas vielas e ruas movimentadas”.

É real a afirmação e que o escritor norte-americano H. P Lovecraft revolucionou a literatura de horror no início do século XX. Suas tramas, porém, só foram reverenciadas e apreciadas após sua morte e seu legado serviu para criar uma legião de apreciadores do gênero e serviu até para criar um princípio literário próprio: o “Horror Cósmico”, aquele onde o universo conspira sempre contra os interesses e anseios do protagonista. Todavia em sua obra não é difícil de encontrar passagens que apontam para o discurso supremacista, guarnecido de preconceito de raça, étnico e xenófobo. Para avaliar o papel desses discursos discriminatórios na obra de Lovecraft, o historiador Luis Otávio Canevazzi escreveu “Horror de Outro Mundo: Um Ensaio sobre o racismo em H. P. Lovecraft”, lançado pela editora Telha.

O trecho em destaque pertence ao conto “Horror em Red Hook”, publicado em 1927 na revista Weird Tales. O caráter preconceituoso do autor para com o bairro e as pessoas que nele habitam se encontra nessas entrelinhas de maneira indiscreta, mas a mera exposição de passagens repugnantes não é o objetivo desse ensaio. Lovecraft foi um exímio criador de terror atmosférico dentro de seus contos, característica que lhe consagrou dentre outros escritores do gênero em sua época.

O ódio ao externo, ao diferente e ao que não fizesse parte da casta ariana faz-se presente em seu vasto material. A obra do escritor, por sua vez, inspirou escritores de gerações futura, além de diretores de cinema e desenvolvedores de jogos de RPG e videogame. Para se ter uma ideia da importância do escritor para a literatura de horror, Stephen King classificou Lovecraft como “o maior praticante do século XX do conto de horror clássico”.

“Apesar da aversão causada pelas passagens racistas nas entrelinhas de alguns contos, o que mais me deixou desconfortável foi ter conhecimento sobre a vida do autor através de sua biografia. Foi incrível saber que, durante seu período em Nova York, Lovecraft chegou a sofrer por estar entre imigrantes. Pensar que suas obras, possivelmente, trazem à vida o horror vivido pelo próprio autor, não somente em seus sonhos, mas também em seu dia a dia, por ser tão intolerante ao outro, de prontidão me causou uma gama de sentimentos ruins”, relata Luis Otávio sobre sua reação ao avaliar a obra de Lovecraft sob uma perspectiva social.

 

Sobre o autor:

Luis Otávio Canevazzi de Freitas é historiador formado pela Universidade Federal de Uberlândia. Enquanto estudante universitário, tornou-se pesquisador pela Subcomissão Nacional da Verdade, momento em que se dedicou à investigação e rememoração da militância de Ismene Mendes contra a ditadura civil-militar. Se interessou pela ficção científica e pelo terror na adolescência, sendo um ávido apreciador de filmes e games desses gêneros. Em sua monografia, pesquisou a relação existente entre a xenofobia de H. P. Lovecraft e a criação de seu horror atmosférico no conto “Horror em Red Hook”.

Sobre a Editora Telha:

Desenvolvida no Rio de Janeiro, a Editora Telha nasce no fim de 2019 e já alcança, em sua primeira publicação Motel Brasil: uma antropologia contemporânea, de Jérôme Souty, a marca de obra finalista do Prêmio Jabuti 2020.  Interdependente (porque independente ninguém é realmente), a Telha surgiu pelo desejo de editar com maior autonomia e criar mais espaço para textos produzidos por autores fora dos grandes centros.

 

Serviço:

Livro: Horror de outro mundo: um ensaio sobre racismo em H.P. Lovecraft

Autor: Luis Otávio Canevazzi

Editora: Telha

Páginas: 88

Preço: R$ 39,00

Adquira em: https://editoratelha.com.br/product/horror-de-outro-mundo-um-ensaio-sobre-racismo-em-h-p-lovecraft/

 

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LANDAU: o rock estradeiro sem fronteiras chega à Galeria do Rock em novembro

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Com participação especial de Beda Motero, o show marca o início da turnê #SemFronteiras e uma jornada que vai muito além da música

O lendário Espaço Arena Galeria, localizado na icônica Galeria do Rock, será o ponto de partida para uma viagem sonora e simbólica. No dia 1° de novembro, LANDAU, cantor e compositor reconhecido por sua energia inconfundível e estilo sem rótulos, apresenta o show que dá início à turnê #SemFronteiras. O evento une música, estrada e liberdade em um espetáculo que reafirma o espírito nômade do artista.

Entre o folk e o hard rock, o som da liberdade

Com influências que vão desde ACDC a Zé Ramalho e de Alceu Valença a Pink Floyd, o artista que há quase 3 décadas transita entre o Folk e o Hard Rock é autor do tema ‘‘Lata Velha’’ trilha sonora que há mais de 20 anos embala o programa “Domingão com Huck’’.

O show traz canções do álbum #SemFronteiras, seu 20º trabalho de estúdio, com 18 faixas divididas em dois volumes. Entre os destaques estão as autorais “Sonhos”, “Do Jeito Que Eu Sou” e “O Trem e o Ouro”, além de releituras ousadas como “Meu Erro” (Paralamas do Sucesso) em versão blues e “Perigo” (Nico Rezende, sucesso na voz de Zizi Possi) com uma pegada de hard rock.

“Esse show representa tudo o que vivi nas estradas, dentro e fora da música. É sobre cruzar fronteiras, misturar universos e celebrar a liberdade de ser quem se é”, define Landau.

Música, estrada e alma: o encontro de Landau e Beda Motero

O show também celebra uma parceria que vai além dos palcos. Beda Motero, motociclista, humorista e viajante, será presença especial no evento. Conhecido por cruzar o Brasil e mais de dez países ao lado da inseparável Yamaha Crypton 115 carinhosamente apelidado de “Niço”, Beda carrega no tanque histórias de estrada, perrengues e descobertas que se tornaram inspiração para muitos.

O show marca a partida de Beda e “Niço” pra uma nova jornada: uma viagem épica de São Paulo ao Alasca, passando por Nova York, onde acompanhará a Copa do Mundo. Uma travessia que promete muita emoção, aventura, perrengues, curiosidades e muita resenha por onde passarem.

Um repertório para quem vive na estrada

No palco da Galeria do Rock, Landau apresenta um setlist que mistura novidades e clássicos da carreira. Entre as faixas, estão sucessos como “Pé na Estrada”, “Amor Demais”, “Tão Só” (dueto com Zeca Baleiro) e homenagens que se tornaram marca registrada: “ACDZé” (ACDC + Zé Ramalho), “The Wallnunciação” (Alceu Valença + Pink Floyd) e “Jesus Numa Moto” (Sá, Rodrix e Guarabyra).

É uma viagem musical que reafirma o espírito livre e o DNA estradeiro do artista.

Serviço
Show: LANDAU – Turnê #SemFronteiras
Participação especial: Beda Motero
Data: 1° de novembro de 2025
Local: Arena Galeria (Galeria do Rock – São Paulo)
Horário: Evento a partir das 14h, show às 16h
Valor: R$ 5,00 – Couvert Artístico
Landau, o rock estradeiro sem fronteiras.

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Roberto Dom celebra nova fase com show no Teatro Arthur Azevedo e parceria com a gravadora Bless

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Na noite em que subiu ao palco do Teatro Arthur Azevedo, um dos espaços mais respeitados da cena cultural do Rio de Janeiro, o cantor Roberto Dom viveu uma experiência especial. Embora já tenha se apresentado anteriormente no local, esta vez ganhou um sabor diferente: além da companhia de músicos talentosos, a noite contou com a participação especial do cantor Claudinho Maciel, o que deu ainda mais brilho ao espetáculo.

Ver o público acompanhando de perto cada canção foi uma das grandes emoções da noite. “Você fica feliz de ver as pessoas cantando as canções com você”, compartilhou Roberto Dom, ressaltando a troca de energia com a plateia, que cantou junto e celebrou cada momento.

Repertório que conecta histórias

O repertório escolhido para a apresentação foi pensado de forma a criar um elo entre diferentes fases da música gospel. Roberto mesclou composições próprias com canções de nomes já consagrados do segmento. “Sempre tem um significado muito importante na escolha do repertório”, explicou.

Essa escolha revelou não apenas a versatilidade do cantor, mas também sua sensibilidade em dialogar com diferentes gerações de ouvintes. O ponto alto da noite, segundo o artista, foi a oportunidade de dividir o palco com Claudinho Maciel, encontro que marcou a memória do público presente e do próprio Roberto.

Para ele, essa apresentação no Teatro Arthur Azevedo, espaço da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa/FUNARJ, representa um marco em sua trajetória. Além de reafirmar seu espaço na música gospel, abre portas para novos projetos culturais dentro do estado, fortalecendo sua presença em eventos de relevância artística.

 

A chegada da gravadora Bless

O ano de 2024 também foi marcado por uma mudança importante na carreira de Roberto Dom. Em setembro, durante a Expo Cristã no Rio de Janeiro, o cantor conheceu o diretor da gravadora Bless, dando início a uma parceria que já promete render frutos significativos.

“Minha parceria com a gravadora Bless surgiu através de um encontro na Expo Cristã”, relembra. Para ele, essa união simboliza um novo capítulo, oferecendo suporte profissional e ampliando o alcance de sua música, que agora poderá chegar a ainda mais ouvintes em todo o país.

Com a Bless, o público pode esperar uma fase cheia de novidades. Entre elas, estão parcerias musicais que devem fortalecer ainda mais sua identidade artística e consolidar sua posição no cenário gospel nacional.

 

Novos projetos e perspectivas

Roberto Dom avalia sua caminhada com gratidão, reconhecendo que cada etapa trouxe aprendizado. “Percebo que a cada dia vou ganhando mais experiência e com isso amadurecimento na minha história musical”, afirmou. Essa maturidade agora se reflete em decisões mais estratégicas e na expectativa por novos lançamentos.

Os desafios enfrentados como cantor independente, sem o suporte de uma gravadora, ficaram para trás. Hoje, com a Bless, Roberto encontra a estrutura necessária para expandir sua carreira sem carregar sozinho o peso da produção, da divulgação e da gestão musical.

E os próximos passos já estão em andamento. O cantor confirmou que, ainda este ano, lançará um novo single acompanhado de videoclipe, que contará com a participação de um nome reconhecido no meio gospel. A novidade reforça que a nova fase de Roberto Dom é apenas o começo de um ciclo de conquistas.

 

Siga o cantor Roberto Dom no Instagram:
https://www.instagram.com/robertodomoficial/

 

Confira outros lançamentos da Gravadora Bless:
https://www.instagram.com/gravadorablessoficial/

 

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1º Festival Nordestino chega a Ermelino Matarazzo com música, dança e gastronomia típica

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A Zona Leste de São Paulo será palco de uma grande celebração da cultura popular no dia 5 de outubro de 2025. O 1º Festival Nordestino de Ermelino Matarazzo, em homenagem à Semana do Nordestino, promete reunir tradição, arte e muita animação na Praça Benedito Ramos Rodrigues, das 10h às 22h, com entrada gratuita.

O evento chega em um mês especial, marcado por duas datas importantes: o Dia do Nordestino (8 de outubro) e o Dia das Crianças (12 de outubro). O festival será um espaço para antecipar e comemorar ambas as ocasiões, unindo cultura, gastronomia, música e atividades para toda a família em uma única festa.

Programação cultural

O festival terá início às 13h com a apresentação da DJ Xuxa, seguida pelo Bloco do Baião e shows de trios forrozeiros que resgatam a força da música nordestina, como o Trio Flor de Mussambê, Trio Beijo de Moça e Trio da Lua. A festa contará também com a participação especial dos Bonecões da Mantiqueira, a tradicional Quadrilha Explosão Paulista e o grupo Azulinho, que encerra a noite com muito forró.

Gastronomia e tradição

Além dos shows, os visitantes poderão desfrutar de uma feira gastronômica com pratos típicos do Nordeste, como baião de dois, acarajé e tapioca. O festival contará também com espaço de artesanato regional e um espaço kids dedicado às crianças, reforçando a proposta de celebrar também o Dia das Crianças em clima de alegria e integração.

Cultura e identidade

O evento é uma oportunidade de celebrar a forte presença da comunidade nordestina em São Paulo, que contribui de forma significativa para a cultura, economia e identidade da cidade. Para os organizadores, o festival é um espaço de encontro, alegria e valorização das raízes nordestinas, aberto a todos que desejam conhecer e prestigiar essa riqueza cultural.

Serviço
1º Festival Nordestino de Ermelino Matarazzo
Data: 5 de outubro de 2025 (domingo)
Horário: das 10h às 22h
Local: Praça Benedito Ramos Rodrigues – Ermelino Matarazzo/SP
Entrada gratuita

Realização: Secretaria Municipal de Cultura, Prefeitura de São Paulo, Instituto SP Forró, Subprefeitura de Ermelino Matarazzo
Apoio: SPTuris, GCM, Polícia Militar, CET e Atlanta Produções

Uma das coisas que merece destaque é que Zé da Lua, presidente do Instituto SP Forró, iniciou o projeto do Festival Nordestino em São Miguel Paulista. Neste final de semana, a iniciativa chega a Ermelino Matarazzo, mas o sonho do presidente é levar o festival para as 32 subprefeituras espalhadas pela cidade de São Paulo.

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