Ao longo dos séculos, filósofos, psicólogos e religiões discutiram muito acerca da felicidade e como alcançá-la. Cada contexto temporal influenciou a percepção das pessoas de respectivas épocas. Mas indubitavelmente um consenso atemporal é de que a felicidade traz uma sensação de bem-estar, leveza e alegria. E claro que todos nós queremos sentir isso.
O dalai lama Tenzin Gyatso, diz que a “ felicidade é uma questão primordialmente mental, no sentido de ser necessário, primeiramente, se identificar os fatores que causam a nossa infelicidade e os fatores que causam a nossa felicidade”.
Segundo Diana Bonar, especialista em Comunicação não Violenta e gestão de conflitos, parece pertinente este ponto de partida que estimula uma consciência mais profunda sobre tudo aquilo que nutre o nosso ser, e que devemos buscar ter mais em nossas vidas. E, ao mesmo tempo, extirpar o que for tóxico.
“Em primeiro lugar, precisamos ter consciência que vivemos em uma sociedade competitiva que cobra de nós todos os tipos de ideais de perfeição. Enquanto acreditarmos que é possível atingir todas essas expectativas inalcançáveis a felicidade estará bem longe de nós. Enquanto acreditarmos que precisamos caminhar de mãos dadas com a ditadura da beleza que prescreve um corpo ideal, com a expectativa da mulher mãe e profissional que dá conta de tudo, de ter vários amigos bacanas e uma família perfeita, e muito dinheiro no bolso, estaremos em sofrimento. Simplesmente porque a busca incessante por um status quase impossível causa ansiedade, angústia, inveja e dor”, reflete a especialista em CNV.
De acordo com Kristin Neff, especialista em Autocompaixão, a autoaceitação de nossas imperfeições, saber lidar bem com as nossas falhas, buscar ser melhor que nós mesmos, e não melhor do que várias pessoas, a felicidade estará mais perto.
Para Diana, quando conseguirmos trocar a inveja pela admiração de alguém mais bem sucedido, sentiremos inspiração e não derrota. Quando soubermos pedir apoio ao invés de acharmos que podemos ser autossuficientes, sentiremos mais tranquilidade ao invés de angústia.
A partir da frase de Joseph Campbell reflita os pontos abaixo em sua vida:
“Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é a experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, no plano puramente físico, tenham ressonância no interior do nosso ser e da nossa realidade mais íntima, de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivos”.
Sentir-se viva, pulsante, eis a felicidade. Abaixo, Diana listou 07 pontos de reflexão para te ajudar:
- Reflita sobre momentos da sua vida em que você se sentiu assim. Onde e com quem você estava? O que acontecia ao seu redor? Ao fazer isso você irá identificar necessidades importantes para você. A Comunicação Não Violenta nos ensina que quanto mais necessidades atendidas tivermos, maior será a nossa sensação de bem-estar. Portanto a consciência sobre elas se faz urgente! Reflita sobre o que você precisa? Pertencimento, apoio, diversão, diversidade, amor?
- Enumere e faça de verdade ações concretas que te dão prazer para o resto da vida. Seja fazer algum esporte, ter um grupo de melhores amigas, sair para dançar, ter espaço de solitude para ler um bom livro, estar com quem você ama.
- Pesquisas apontam que a qualidade das nossas relações mais próximas tem um impacto muito grande em nossa sensação de felicidade. Que tipo de pessoas te cercam? Como é o seu trabalho atual? Sua família? Lembre-se que está tudo bem cortar ou afastar relações tóxicas para você, ainda que sejam membros da família. Busque escolher a dedo quem te cerca e avalie como essas pessoas te nutrem.
- Aprenda a colocar limites e a dizer não para situações, pedidos, eventos e para pessoas que te fazem mal. Se você não conhecer as fronteiras da sua própria segurança mental e emocional, os aproveitadores passarão por cima de você como um trator.
- Aprenda a lidar com divergências e conflitos de forma positiva. É possível fazer isso através da abordagem da Comunicação Não Violenta, com esse conhecimento será possível não apenas prevenir vários conflitos desnecessários, como gerenciar o que acontecerem com mais sabedoria.
- Conheça-te a ti mesma! O autoconhecimento é muito poderoso na busca pela felicidade. Quando sabemos quem somos nos tornamos mais seguras e menos suscetíveis às emoções alheias. Cuide de você, se ame, e respeite os seus limites.
- Existe a química da felicidade que acontece em nosso cérebro com a liberação de endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina. Há uma predisposição genética e diz a ciência que algumas pessoas tem mais propensão a liberar esses hormônios do que outras, mas ainda assim é possível estimularmos a liberação delas com:
- Exercício físico regular! Mova-se!
- Abraçando quem você ama! Distribua abraços
- Saindo com amigos! Socialize
- Medite! Os monges são mais felizes devido a meditação.
- Crie memórias positivas, elas são benéficas na hora e depois para recordá-las. Ao invés de investir em coisas, invista em experiências.
“E então? O que você quer manter na sua vida que aumenta a sua sensação de bem-estar e leveza, que te deixa mais alegre? E do que ou de quem você julga melhor se afastar? Lembre-se você merece ser feliz!”, finaliza Diana Bonar – diretora da PeaceFlow.