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Pautas Especiais

Clara Nunes, Mãe Bernadete e intolerância religiosa, inspiram “Terreiro dos Aflitos” em última apresentação no Teatro Ruth Escobar.

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Cantora mineira, uma das primeiras artistas a assumir sua fé nas religiões de matriz africana e líder quilombola assassinada, norteiam o texto de espetáculo que encerra temporada em teatro ícone de resistência cultural.

Cantar a nossa herança afro indígena foi especialidade de Clara Nunes (1942.1983). Lutar pelos direitos dos quilombolas foi à missão de Bernadete Pacífico, (1951.2023), também ialorixá e ativista dos direitos humanos, assassinada em 17 de Agosto de 2023, por uma facção com interesse em tráfico no Quilombo de Simões Filho (BA).

Unir a história dessas duas mulheres e discutir intolerância religiosa foi à tarefa da Companhia Àgata de Artes, em coprodução com a Trinca Produtora.

“O Terreiro dos Aflitos” que encerra temporada neste domingo, 29 de Setembro, ás 19 horas no Teatro Ruth Escobar, mantém a companhia e a produtora, em um caminho de arte contestadora, discutindo as mazelas da sociedade em diversas expressões, como o teatro, música e dança.

No espetáculo, Mãe Anaya luta contra os interesses capitalistas de Jesus dos Santos, que quer desapropriar seu terreiro de umbanda para construir um mercado de carnes. A situação se agrava quando Zola, filho adotivo de Mãe Anaya, é assassinado e um inocente apontado como culpado.

Antes de tudo falamos de um espetáculo provocador, apresentado em um local de referência em São Paulo na luta pela democracia e da liberdade de expressão nos ano de chumbo da ditadura.

Apesar de vários costumes derivados de religiões africanas, terem sido incorporados e reproduzidos no Brasil, como o ato de pular sete ondas no ano novo e vestir-se de branco, muitas vezes as associações com essas crenças são perdidas e frequentemente discriminadas, mesmo o Brasil ser considerado um estado laico e a liberdade religiosa ser reconhecida em constituição.

O que vemos em cena, em “Terreiro dos Aflitos”, é um apelo à nossas raízes negras e indígenas. A chegada dos negros nos navios negreiros é encenada logo no início, emoldurada pelos versos de Paulo César Pinheiro, que deram origem ao “Canto das Três Raças”, sucesso na voz de Clara Nunes em 1976, aqui interpretados pela atriz Ju Camata, que encarna Mãe Anaya, assina texto e direção com Silvio Tadeu, fundador da Companhia Àgata de Artes.

Apresentado na Sala Miriam Muniz do complexo cultural Ruth Escobar a trama fica mais ainda envolvente, ao nos sentirmos fazendo parte do Terreiro e as suas aflições.

Ao entrar em cena a atriz Lucimeire Petronilho, encarnando uma Cabocla, conselheira do terreiro, difícil não nos emocionarmos, ao lembrar que o nosso país chega a ser conivente com o genocídio de indígenas, povos e cultura tão presente ainda em nossos dias e que clamam por sobrevivência.

Entidade respeitada na Umbanda e no Candomblé, com direito em nossos dias até uma marcha na Avenida Paulista, Exu é citado inúmeras vezes ao longo do enredo, convidando espectadores a baterem palma e cantar juntos o seu cântico, quando Mãe Anaya lhe invoca proteção e pede a todos “mais respeito com o nosso mensageiro”.

A crença aos Orixás, trazidos pelos escravizados africanos ao nosso país, se responsabiliza pelos momentos mais belos do espetáculos, seja na forma de lenda ou pelos cantos executados ao vivo, com participação especial do Ogâ Mauro Mendes nos vocais e atabaques.

Enfim o trabalho clama pelas nossas raízes, invoca a proteção á natureza, profetizando um juízo final cheio de esperanças, a todos aqueles, que ousam ser o que são e crer no que bem entendem.

Serviço: “Terreiro dos Aflitos”

Texto: Silvio Tadeu / Ju Camata

Direção: Silvio Tadeu / Ju Camata

Produção: Companhia Ágata de Artes

Elenco: Ju Camata, Marco Biofli, Henrique Possetti, Eduardo Silva, Ronaldo de Lima, Gigi Santos, Onil Mello Júnior, Jefferson San’ Anna, Juliana Cruz, Ângela Mendes,  Lucimeire Petronilho e Clayse Soul.

Participação especial do Ogã Mauro Mendes

TEATRO RUTH ESCOBAR – Sala Miriam Muniz

Rua dos Ingleses, 209 – Bela Vista.

Fone: (11) 3289-2358

Dia: 29 de Setembro – Última Apresentação

Horário: 19 horas

Ingressos: R$ 60,00

Ingressos à venda na bilheteria e site do teatro

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Brunno Morais lança primeiras músicas do projeto Modo Resenha – Ao Vivo em Ribeirão Preto-SP

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O cantor sertanejo Brunno Morais acaba de disponibilizar, em seu novo canal no YouTube, as primeiras faixas do projeto “Modo Resenha – Ao Vivo em Ribeirão Preto-SP”. Gravado em clima intimista, o trabalho traz interpretações cheias de emoção e promete conquistar o público apaixonado pelo gênero.

Nesta estreia, Brunno apresenta os medleys dos sucessos: “Volta pra Mim / Um Degrau na Escada / Só Pensando em Você” e “Refém / Você Mudou / Só pro Meu Prazer”. O projeto também conta com participações especiais da agência Explosion Music, incluindo a dupla Augusto & Atílio, entre outros convidados que enriquecem ainda mais o repertório.

A estreia do novo canal de Brunno Morais no YouTube e o lançamento das duas músicas estão entre as primeiras novidades da nova fase da carreira do artista, que já soma mais de 20 anos de estrada.

Após se destacar na dupla Bruno & Gaspar com sucessos como “Meu Sorriso é Você” e “Posso Ficar Sem Você”, o sertanejo inicia agora sua trajetória solo. Natural do interior de São Paulo, ele apresenta o DVD Simplesmente Brunno, gravado em Delta (MG), marcando uma nova fase de liberdade criativa e expansão artística.

Confira aqui: https://www.youtube.com/@Brunno.cantor

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Juliana Lima encerra setembro com participação especial no programa “Viva a Vida” ao lado de Caju e Castanha e Roseli Fulaneto

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Cantora também deu um spoiler de sua parceria inédita com Frank Aguiar

A cantora Juliana Lima encerrou o mês de setembro em grande estilo com uma participação marcante no programa “Viva a Vida”, exibido pela Rede Vida. A atração, comandada por Dalcides Biscalquin, é reconhecida pelo espaço que oferece à música brasileira e ao talento de artistas consagrados e novos nomes, consolidando-se como um sucesso de audiência. O programa vai ao ar todas as terças-feiras, com reprise aos domingos.

Na edição que contou com Juliana, a noite foi de celebração musical. Ao lado da dupla Caju e Castanha e da cantora Roseli Fulaneto, Juliana apresentou faixas de seu novo álbum “Filha do Vento”, além de interpretar sucessos consagrados da música brasileira, incluindo clássicos do sertanejo.

Entre as surpresas, Juliana deu um spoiler exclusivo sobre o lançamento de uma música inédita que gravou recentemente ao lado de Frank Aguiar. Ela interpretou “De Tardezinha”, deixando o público na expectativa para a novidade que chega nas plataformas a partir de novembro.

O programa também abriu espaço para o jovem e talentoso Guilherme Viola, que aos 12 anos mostrou disciplina, carisma e muito talento, conquistando a plateia e sendo apontado como um futuro violeiro de mão cheia.

A artista destacou a importância desse momento em sua trajetória. “Foi uma noite incrível e uma participação muito especial, que fechou setembro com chave de ouro. Sou muito grata ao Dalcides, à equipe do programa e a todos que nos acompanharam de casa”, disse Juliana.

O programa “Viva a Vida tem se firmado como um espaço de valorização da cultura e da diversidade musical, promovendo encontros que emocionam o público e reforçam a força da música brasileira na televisão.

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“Upcycled Factory’ é a primeira individual do artista EZO, reconhecido por transformar materiais descartados em arte e mostrar o cotidiano dos subúrbios do Rio

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“Upcycled Factory’ é a primeira exposição individual do artista EZO, em Nova York, reconhecido por transformar materiais descartados em potentes comentários sociais e poesia visual, com curadoria de Alcinda Saphira e co-curadoria Mariana Bahia, na Galeria Saphira & Ventura. O lixo urbano atravessa o Atlântico e renasce nas mãos do artista visual contemporâneo EZO, natural de Nilópolis, subúrbio do Rio de Janeiro.

“O trabalho de EZO se alinha perfeitamente à visão contemporânea da galeria, abordando temas como vida urbana, identidade e cultura de rua. Sua estética – que mescla objetos descartados e a realidade cotidiana dos subúrbios do Rio – oferece uma perspectiva nova e inovadora”, observa Alcinda Saphira, curadora da Galeria Saphira & Ventura.

A escolha de apresentar o trabalho de Ezo em Nova York reflete uma valorização do talento dele, que emerge de contextos culturais específicos, uma geometria elegante e trabalha com cores vibrantes mas que possuem uma ressonância universal. Este momento é importante para destacar a diversidade de vozes na arte contemporânea, especialmente aquelas oriundas do subúrbio carioca, que muitas vezes permanecem à margem dos circuitos tradicionais. Além disso, a galeria busca fortalecer a troca cultural entre o Brasil e Nova York, promovendo um diálogo entre diferentes realidades urbanas e culturais.

O público de Nova York, com sua vasta experiência em narrativas urbanas e culturais diversas, se identifica com o trabalho de Ezo ao reconhecer elementos universais de urbanidade, resistência e identidade.

A estética e as histórias transmitidas por Ezo refletem experiências comuns às cidades globais—como a busca por expressão, pertencimento e transformação social—mesmo que suas referências específicas sejam do subúrbio carioca. Assim, seu trabalho serve como uma ponte que conecta diferentes realidades urbanas, promovendo empatia e compreensão.

A galeria identifica em EZO uma voz autêntica, com relevância global e potencial de diálogo entre comunidades urbanas distintas. O momento atual da cena de Nova York valoriza perspectivas de periferia, imaginação urbana e crítica social, tornando a exposição de EZO particularmente oportuna para ampliar a pluralidade de vozes na programação.

A exposição acontece de 01 a 15 de outubro, com abertura no dia 02, das 18h às 20h. Entre os dias 19 e 30 de setembro, ocorre a residência imersiva do artista, na Saphira & Ventura. No dia 9, Ezo se encontra com o jornalista e crítico Peter Ortega, que vai falar sobre o trabalho do artista, com a presença de outros curadores e artistas, público e imprensa.

Sobre Ezo

Ezo reescreve o que foi descartado. CDs, discos de vinil, disc lasers e toldos, reaparecem como superfícies de cor e textura, revelando camadas de memória urbana. Sua prática do reuso transforma precariedade em potência, crítica em beleza, gesto político em poética visual. O que a cidade abandona, o artista reconfigura como narrativa e corpo, devolvendo à matéria um sentido de permanência.

Aqui, o público é convidado a ver de perto as cicatrizes dos materiais, fragmentos que se tornam imagem, resíduos que se tornam futuro. Uma estética de sobrevivência que insiste em criar beleza.

Instagram: @ezo_art_,

Serviço

Exposição: Upcycled Factory

Artista: Ezo

Curadoria: Alcinda Saphira ( NY)

Co=curadoria: Mariana Bahia

Produção: Mariana Lemos

Período exposição: 01 a 15 de outubro

Abertura : 2 de outubro, das 18h às 20h

Residência imersiva: 19 a 30 de setembro

Dia 9 de outubro

Encontro com o Crítico e jornalista Peter Ortega: 09 de outubro

Local: Saphira Ventura Gallery

4W 43rd St , 4th FL, New York, NY-10036

RSVP info@artSVgallery.com

Assessoria de Imprensa: Paula Ramagem

Instagram: @saphiraventuragallery

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