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Violência contra a mulher: entenda o perfil preferido dos abusadores

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Artigo escrito pela Vanessa Cesnik, Doutora em Psicologia e co-fundadora d’O Corpo Explica

É raro encontrar uma mulher que sofreu algum tipo de violência (psicológica, sexual, patrimonial, etc) que não tenha sentido VERGONHA ou CULPA por ter vivenciado isso. Ainda mais raro uma mulher que tenha passado por isso e não tenha sentido medo de contar o que aconteceu e as pessoas não acreditarem na sua “inocência”.

Infelizmente isso é algo muito mais comum do que eu gostaria de assumir… o padrão é muito parecido e quando vamos investigar o passado dessa mulher normalmente encontramos mais situações abusivas que aconteceram de maneira sutil (ou não) e que ela se sentiu da mesma maneira: confusa, com vergonha e se sentindo culpada.

Muitas pessoas me perguntam: Vanessa, existe algum perfil de mulher que os abusadores tendem a preferir com mais frequência? Sim… existe. Mas isso é algo que normalmente as pessoas comuns não sabem ou não percebem: são mulheres que lá na infância se sentiram culpadas por alguma situação traumática que vivenciaram (abuso, brincadeiras sexuais, violência doméstica, entre outras) e passaram a ter a necessidade inconsciente de justificar e provar para as pessoas que aquilo que aconteceu não foi culpa delas.

Esse tipo de experiência causa nessas mulheres uma tendência a duvidar da própria sanidade mental e de não acreditar na sua própria percepção dos fatos, porque em muitos casos essa situação traumática de abuso (mesmo que sutil) aconteceu com pessoas do seu convívio, pessoas de confiança e que deveriam proteger e não abusar. Pessoas que falaram pra ela que ninguém ia acreditar se ela contasse e ela carregasse esse medo durante a vida toda.

E por que esse tipo de perfil de mulher acaba sendo o preferido de abusadores? Porque eles conseguem perceber essa tendência que ela tem de sentir vergonha, culpa e medo de (mais uma vez) as pessoas não acreditarem na sua inocência. E eles se aproveitam disso para encontrar sua vítima e garantir que ela mesma vai ter necessidade de esconder o que aconteceu (por medo, vergonha e culpa), fazendo com que ele saia ileso da violência que ele cometeu com ela.

Até porque a sociedade atual doente não entende nada sobre sexualidade e violência e julga tudo e todos de acordo com referências totalmente distorcidas e doentias. Uma mãe que vira para uma filha e briga com ela porque não acredita que o pai, o pastor, o padre ou a vovó abusou dela é tão abusadora (ou mais) do que quem a violou. Uma enfermeira que julga e oprime com suas opiniões doentias é tão violenta quanto o estuprador.

A opinião pública infelizmente ainda tem muito peso para a tomada de decisão, especialmente para mulheres com esse perfil que descrevi aqui que querem garantir que serão vistas como inocentes (e que realmente são).

Essa necessidade de provar a inocência é inconsciente e muitas vezes leva as pessoas a fazerem escolhas inconscientes ruins que as levam para repetição do mesmo trauma que viveu na infância. As pessoas nem se dão conta de que estão buscando isso, sem a ajuda de uma pessoa especializada para ajudar elas a enxergarem. E por isso eu resolvi escrever esse texto, para esclarecer e trazer um pouco de reflexão para quem pode ter esse mesmo perfil mais “atrativo” para abusadores.

  1. Quando um problema acontece na sua vida você tende a procurar o culpado por aquela situação ter acontecido ao invés de resolver de imediato?
  2. Quando algo de ruim acontece com você, você sente necessidade de se explicar para as pessoas que você ama, justificando que a culpa não foi sua?
  3. Você já percebeu pessoas invadindo seu espaço íntimo (toques perto de áreas sexuais) e que pareceram tão sem querer que ficou na dúvida se era um abuso ou não?
  4. Você já foi abusada sexualmente na infância e ficou com medo de contar pra alguém e ninguém acreditar em você?
  5. Você já teve que cuidar de outra criança no passado e algo de ruim aconteceu com essa criança a ponto de você se sentir culpada pelo que aconteceu?
  6. Alguma figura religiosa fez brincadeiras e toques abusivos em você e que você achou que pudesse ser normal por ser uma pessoa “de Deus”?
  7. Você já sentiu culpa por sentir prazer sexual, mesmo que seja em uma relação adulta e consentida?
  8. Você já duvidou se aquilo que você viu ou não era coisa da sua cabeça e precisou da opinião externa para validar o que “realmente” aconteceu?

Se você respondeu SIM a pelo menos uma das perguntas você tem sérias chances de ser uma mulher com perfil “atrativo” para abusadores.

Pare e reflita: Como você se sentiria se você fosse considerada CULPADA pelas pessoas que estão ao seu redor? Como você se sentiria se ninguém mais acreditasse na sua inocência?

O convite que faço para você nesse momento é de você acreditar em você e você parar com essa necessidade de provar sua inocência a qualquer custo. Pare de querer explicar e justificar que a culpa não foi sua. Eu acredito em você, mas a minha opinião não vale de nada para você.

Se ninguém mais acreditar em você, você vai acreditar e isso precisa bastar.

Você precisa parar de confiar mais na percepção externa do que na sua própria percepção. Você precisa confiar em tudo o que você viveu e ainda vive. Se precisar fazer anotações para ajudar você a organizar os pensamentos, faça. Mas pare imediatamente de querer garantir que as pessoas vão acreditar em você, especialmente seu pai, sua mãe ou seu Deus. Enquanto existir esse mundo doente com abusadores essa é uma proteção importante: Não ser mais o perfil preferido desses monstros.

Sobre a Dra. Vanessa Cesnik

Sócia fundadora de O Corpo Explica, doutora no Programa de Pós-graduação em Psicologia da USP, graduação em Psicologia na USP e mais vários cursos e especializações na área do desenvolvimento humano, incluindo uma especialização em Sexologia Clínica na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Atua em pesquisa científica na área de desenvolvimento humano desde 2008 quando iniciou os estudos sobre sexualidade de mulheres com câncer de mama.

 

Sobre o Corpo Explica

Com time de 168 pessoas e mais de 30 mil alunos em 42 países, O Corpo Explica disponibiliza conteúdo digital em vídeos e workshops gratuitos, além de cursos para formação de novos analistas corporais. A empresa, liderada pelos especialistas Elton Euller e Dra.Vanessa Cesnik, possui metodologias e programas específicos para resultados em 3 pilares: finanças, relacionamento e saúde, usando técnicas de análise corporal, para a partir de diagnóstico rápido e preciso, estabelecer um programa de tratamento e impactar positivamente o comportamento de cada ser humano, tendo respostas para os problemas da vida através do formato do seu corpo. Atualmente, possui mais de 1,5 milhão de seguidores em suas redes sociais.

 

Mais informações: 

Youtube:https://www.youtube.com/c/OCorpoExplica/videos

Instagram:https://www.instagram.com/ocorpoexplica/?hl=pt-br

renan@benditaimagem.com.br

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Raphaella Souza, nova promessa da música, apresenta o show Jazz Sessions, no Centro da Música Carioca Artur da Távola, no dia 15 de maio.

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A cantora homenageia nomes como Amy Winehouse, Liniker, Djavan e Sade, entre outros, na Quarta Acústica

 

Raphaella Souza apresenta o show Rapha’s Jazz Sessions, no próximo dia 15 de maio, na Quarta Acústica do Centro da Música Carioca Artur da Távola, com repertório que traz nomes como George Benson, Roberta Flack, Liniker, Djavan, Maria Rita, entre outros artistas e bandas de grande relevância no gênero musical, tendo como ponto alto um Tributo às Divas Amy Winehouse e Sade, além de uma homenagem à inesquecível Rita Lee.

Na companhia de músicos competentes, essa cantora carioca vem, ao longo de cinco anos de trajetória, apresentando esse espetáculo, que já passou por grandes festivais musicais no Rio de Janeiro, além de renomadas casas de espetáculo em São Paulo. No dia 15 estará acompanhada do violonista Gustavo Moraes e de Alexandre Fon na percussão.

Raphaella Souza, nova promessa da música, é uma cantora multifacetada, dona de uma voz poderosa e incomparável presença de palco. Sua arte divide-se nas Rock Sessions, onde canta sucessos dos anos 80, 90 e 2000, e nas Jazz Sessions, com repertório de artistas e bandas de grande importância no gênero musical. A produção é de Paula Ramagem.

O Show Rapha’s Jazz Sessions acontece às 19h e os ingressos podem ser adquiridos no local ou pelo link online. O Centro da Música Carioca fica na Rua Conde de Bonfim, 824 – Tijuca, RJ. Livre para todas as idades e um programa que vai agradar a todos.


Instagram: https://www.instagram.com/raphaellasouza.oficial/
Instagram: https://www.instagram.com/paulasoaresramagem/

 

Ingressos: R$ 20,00
As vendas dos ingressos serão de forma online e presencial.
Link das vendas online https://riocultura.eleventickets.com/#!/apresentacao/8e9cd9a4deb6f2fdb799c972f728d23391b41476
A bilheteria física funciona de quarta a sexta de 14h às 19h, sábado de 14h às 18h e no domingo de 10h às 17h com as formas de pagamento em débito, crédito e dinheiro.

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Raphaella Souza Rock Sessions é uma das atrações musicais do 7º Beer Beach Burger, evento do calendário de Macaé/RJ, no próximo dia 13 (sábado).

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Raphaella Souza Rock Sessions é uma das atrações musicais do 7º Beer Beach Burger, evento do calendário de eventos de Macaé, RJ, no próximo dia 13 (sábado), às 19h, apresentando sucessos nacionais e internacionais dos anos 80, 90 e 2000.

O 7ª Beer Beach Burger, que acontece de quinta-feira a domingo, na orla da Praia dos Cavaleiros, é uma realização do Polo Gastronômico de Macaé, com o apoio da Prefeitura. Os horários de funcionamento são: quinta-feira (11) e sexta-feira (12) a partir das 18h, sábado (13) às 16h, e domingo (14) às 12h. Serão 27 estandes distribuídos por três quarteirões, a partir da rua Lindolfo Color.

O evento contará com cervejas artesanais, vinhos e hambúrgueres a preço único, além de quatro hambúrgueres doces. A programação inclui shows todos os dias. Dezenove receitas foram criadas especialmente para o festival, e os organizadores esperam vender de 10 a 20 mil litros de cerveja e 60 mil hambúrgueres nesta edição.


O mestre cervejeiro Cláudio Coelho Ramos enfatiza que o Beer Beach Burger é uma grande oportunidade para as cervejarias locais mostrarem seu trabalho e para a cidade se posicionar como destino turístico de lazer, destacando suas belezas naturais e gastronomia de qualidade.


Sobre o Rock Sessions

Raphaella Souza é uma cantora multifacetada, dona de uma voz poderosa e incomparável presença de palco. Ao longo de oito anos, o Rock Sessions é uma mistura de estilos musicais dentro do pop rock, MPB e rock nacional, que marcaram os anos 80, 90 e 2000, podendo ser apresentado de duas formas – acústico (voz, violão e percussão) e banda (voz, guitarra, baixo e bateria). No repertório, sucessos do Inxs, The Cure, Tears For Fears, Simple Minds, entre outros.

Instagram: @raphaellasouza.oficial

Foto: Alexandre Pinheiro

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Madonna em Copacabana: A importância de grandes eventos para as capitais brasileiras

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Fonte: Isabella Perrotta, professora do Mestrado Profissional em Economia Criativa, Estratégia e Inovação da ESPM Rio.

Além dos fãs da cantora Madonna, a cidade carioca, empresas e setores de turismo também demonstram entusiasmo com o mega evento que acontece em 4 de maio, na praia de Copacabana.

De acordo com o HotéisRIO (Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagens do Município do Rio de Janeiro), a perspectiva é de 100% de ocupação nos hotéis do bairro no dia do show, com viajantes principalmente dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, e dos vizinhos Argentina e Chile. Mas, além de questões econômicas, qual é a importância de grandes eventos como esse para as cidades que os recebem?

A professora do Mestrado Profissional em Economia Criativa, Estratégia e Inovação da ESPM Rio, Isabella Perrotta, afirma que uma agenda de eventos consistente, com atrações de peso como a Madonna, é importante para reduzir a sazonalidade do destino turístico construído em função de outras questões. “Ela gera desenvolvimento da boa imagem da cidade, apoio à cultura de forma ampla, criação de empregos e rendimentos, difusão dos fluxos turísticos da região, e fortalece uma série de objetivos políticos que incluem a coesão social”, diz.

A especialista da ESPM também comenta que estes eventos movimentam todo o ecossistema de negócios locais que incluem hospedagem, traslados, alimentação e a compra de outros serviços. “Tudo fica cada vez mais facilitado, e conectado, pelas plataformas digitais interativas que facilitam a avaliação, compra e acesso aos serviços, proporcionando aos turistas programações bastante personalizadas para além daquilo que motivou inicialmente sua viagem”, finaliza Perrotta.

 

Isabella Perrotta é designer, historiadora e professora do Mestrado Profissional em Economia Criativa, Estratégia e Inovação da ESPM Rio. É especialista em Turismo e Representação do Rio de Janeiro.

 

Sobre a ESPM

A ESPM é uma escola de negócios inovadora, referência brasileira no ensino superior nas áreas de Comunicação, Marketing, Consumo, Administração, Economia Criativa e Tecnologia. Seus 12 600 alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação e mais de 1 100 funcionários estão distribuídos em cinco campi – dois em São Paulo, um no Rio de Janeiro, um em Porto Alegre e um em Florianópolis. O lifelong learning, aprendizagem ao longo da vida profissional, o ensino de excelência e o foco no mercado são as bases da ESPM.

 

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