Como reverter um caso de liderança tóxica: o que o Big Brother Brasil tem a nos ensinar sobre gestão corporativa
*Por Uranio Bonoldi
Quando falamos sobre líderes, o que costuma vir à nossa cabeça é uma imagem positiva, de alguém admirável, que faz as melhores escolhas, entende e apoia aqueles que fazem parte da sua equipe. Mas e quando o líder começa a ser tóxico com aqueles ao seu redor? Um dos assuntos mais comentados da semana tem sido o comportamento da rapper curitibana Karol Conká no Big Brother Brasil, com o ator Lucas Penteado dentro do confinamento – ainda que seja assunto irrelevante para nosso desenvolvimento, com palavras e atitudes duras, desconexas e com vieses, ela tem gerado muitas críticas dos telespectadores. Muitos se perguntam o porquê os outros confinados concordam com esse comportamento – podemos explicar tal situação fazendo uma alusão ao cargo de liderança: existem bons e maus líderes. Então como identificar e lidar com alguém que não exerce seu papel de líder de maneira legítima e assertiva?
Um líder bem preparado é capaz de transformar uma equipe, inspirar pessoas e melhorar consideravelmente os resultados de uma empresa – por outro lado, uma liderança ruim, que não sabe como incentivar o melhor em outras pessoas, pode fazer com que ocorram prejuízos sérios, impactando as equipes e os resultados de maneira negativa. Uma das formas de perceber que algo não está indo bem é quando o gestor é irredutível. Se os colaboradores têm dificuldade em questionar seus líderes e de participar mais ativamente das tomadas de decisão, esse pode ser um indício preocupante, afinal, uma boa liderança está sempre aberta ao diálogo, escutando as opiniões e ideias de outras pessoas.
Outro ponto a ser destacado é a questão da “monopolização” do sucesso – o mau líder sempre fica com o crédito do que dá certo e culpa terceiros por aquilo que não sai como ele esperava, atribuindo culpa dos resultados ruins aos seus colaboradores. Diante dessa dinâmica, as equipes acabam sentindo-se inferiorizadas e acabam perdendo a proatividade, evitando ao máximo questionar as atitudes do líder, afinal, se o fizerem, acabarão sendo humilhados. Sem inteligência emocional para lidar com conflitos, esse tipo de liderança não inspira atitudes gentis em sua equipe, o que acaba gerando cada vez mais desentendimentos, ressentimentos e prejudica a convivência com todos os que trabalham ali.
Com problemas de comunicação constantes, o clima empresarial fica comprometido e a equipe não consegue se manter motivada – o que atrapalha o andamento dos resultados e deixa todos ainda mais frustrados. Contudo, é importante deixar claro que é possível reverter esse quadro. Através de um plano estruturado e focado nas necessidades da empresa, com participação das equipes envolvidas e muito feedback, o líder pode se tornar mais preparado e assertivo. Entre as dicas fundamentais da boa liderança estão saber ouvir, aceitar críticas e incentivar positivamente a equipe. Algo que anda faltando numa casa das mais vigiadas do Brasil.