Idealizado pelo assessor de arte Antonio “Teco” Cavalvanti, a exposição incluirá os últimos trabalhos de Tozzi, desde estampas de alta qualidade até telas colossais, que juntas criam harmonia e contam uma história acentuada de um dos artistas latinos mais importantes do nosso tempo
Desde a década de 1960, temas urbanos e conflitos sociais predominam as obras de Claudio Tozzi e constroem seu universo visual mesclado à estética pop. Tozzi iniciou sua trajetória como artista com a apropriação de objetos, imagens retiradas de jornais, quadrinhos e fotos associadas a questões sociais por meio de conotações simbólicas. Dos anos 80 até seus trabalhos mais recentes, ele intensificou suas preocupações formais e passou a trabalhar com elementos estruturais básicos: linhas, planos, cores e formas orgânicas, materiais que criam analogias com imagens pré-existentes e ampliam suas características construtivas.
Esta exposição, Hinc Ad Horam, tem um nome em latim difícil de pronunciar que pode ser traduzido como “Desde Então até Este Momento”. Torna-se um manifesto encantador em tantas línguas diferentes quando os espectadores entendem que o trabalho de Tozzi é exatamente isso: atemporal. Idealizado pelo assessor de arte Antonio “Teco” Cavalvanti, a exposição incluirá os últimos trabalhos de Tozzi, desde estampas de alta qualidade até telas colossais, que juntas criam harmonia e contam uma história acentuada de um dos artistas latinos mais importantes do nosso tempo. Cada peça escolhida para esta exposição tem um propósito, um significado para estar lá.
Trabalhando com as melhores galerias do mundo, Claudio Tozzi foi aclamado em várias Bienais, como São Paulo, Veneza, Paris, Medelín (Colômbia), Havana, Makurazaki (Japão) e Mercosul. Participou de importantes exposições, entre as quais o Brasil 500 Anos, provavelmente um dos mais importantes eventos que o Brasil já teve. Em 2018, ele foi a estrela do The World Goes Pop no Tate Modern em Londres, com curadoria de Sofia Gotti. Suas obras estão em museus como International Pop no Walker Art Center, Museu de Arte de Dallas, Museu de Arte da Filadélfia, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, Museu D’Arte Contemporânea em Villa Croce, Itália entre vários outros. Em 2016, o trabalho de Tozzi foi escolhido para estar em um dos 13 cartazes que ilustraram as Olimpíadas do Rio. Outros artistas que ganharam a representação do evento foram Beatriz Milhazes, Antonio Dias, o grafiteiro Kobra e a superestrela latino-americana Olga de Amaral. Juntamente com muitos de seus prêmios, em 2016 ele foi premiado com o Art Press Award em Fort Lauderdale, onde então começou seu caminho nos EUA. A distinção, segundo o artista entre a pop art norte-americana e o movimento pop latino, é basicamente que a narrativa dos artistas americanos se baseava no consumismo e no glamour de imagens e produtos comercializados, enquanto a maioria das obras nos anos 1960 e 1970 denunciavam a ditadura militar brasileira. “Eu era estudante de arquitetura e, como a maioria dos jovens, opus-me totalmente ao golpe e o meu trabalho reflete claramente isso”.
Onde e Quando:
Arte Fundamental Gallery
241 NE 59th Terrace, Miami FL 33137 Abertura – 29 de março de 2019 às 18h
De 30 de março a 30 de maio
Sobre o artista:
Claudio José Tozzi é mestre em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Em suas primeiras obras, o artista revela a influência da arte pop, pelo uso de imagens retiradas dos meios de comunicação de massa, como na série de pinturas Bandido da Luz Vermelha (1967), na qual remete à linguagem das histórias em quadrinhos. O artista trabalha com temáticas políticas e urbanas, utilizando com freqüência novas técnicas em seus trabalhos, como a serigrafia. Em 1967, seu painel Guevara Vivo ou Morto, exposto no Salão Nacional de Arte Contemporânea, é destruído a machadadas por um grupo radical de extrema direita, sendo posteriormente restaurado pelo artista. Tozzi viaja a estudos para a Europa em 1969. A partir dessa data, seus trabalhos revelam uma maior preocupação com a elaboração formal e perdem o caráter panfletário que os caracterizava. Começa a desenvolver pesquisas cromáticas na década de 1970. Nos anos 80, sua produção abre-se a novas temáticas figurativas, como é possível observar nas séries dos papagaios e dos coqueirais. Apresenta também a tendência à geometrização das formas. Na realização dos quadros utiliza um rolo de borracha de superfície reticulada, o que agrega novos aspectos às suas obras, como textura e volumetria. Passa a realizar trabalhos abstratos, nos quais explora efeitos luminosos e cromáticos. Cria painéis para espaços públicos de São Paulo, como Zebra, colocado na lateral de um prédio da Praça da República e outros ainda na Estação Sé do Metrô, em 1979, na Estação Barra Funda do Metrô, em 1989, no edifício da Cultura Inglesa, em 1995 e no Rio de Janeiro, na Estação Maracanã do Metrô Rio, em 1998.
Sobre a Arte Fundamental
A art adviser Bianca Cutait inaugurou a galeria de arte, Arte Fundamental, em Miami, em 2017. Com exposição do artista maranhense Rubem Robierb o evento foi um sucesso, recebendo um público de 500 pessoas, incluindo diversos curadores de museus, galeristas, artistas como Claudio Tozzi, o Gabriel Wickbold, David Hayes Jr. e Edouard Duval-Carrie, produtores de TV, importantes colecionadores, especialistas de leilões e o Prefeito de Miami, Tomás Regalado.
Além de Robierb, a “Arte Fundamental” de Bianca é representante oficial nos EUA de nomes como Gabriel Wickbold, Claudio Edinger, Yutaka Toyota, Gilberto Salvador, entre outros. Além dos agenciados, mantém ainda parceria de intercâmbio de artistas com a Galeria de Babel, da qual já era parceira no Brasil, e com grandes nomes individuais como a fotógrafa Vania Toledo, e o escultor David Hayes, cujas obras estão em coleções como o MoMA e o Guggenheim.
Após 9 anos de carreira em ascensão como agente no Brasil, no início de sua temporada em Miami já se tornou uma profissional bastante requisitada. Por aqui, Bianca se tornou conhecida pela absoluta ética e discrição com seus clientes. Iniciou seu trabalho no atendimento a pequenos grupos de investimentos fazendo avaliações e appraisals, e logo desenvolveu uma ampla gama de estratégias financeiras para galerias. Este foi seu business ‘carro-chefe’ por muitos anos. Logo incluiu art advisory para fundos e grupos de investimento no Brasil, na Europa e nos EUA. Os mesmos investidores desses fundos a procuraram nos EUA para montar estratégias de compra para eles, e então a mudança pra Miami aconteceu gradativamente.
Na América Bianca começou como consultora, o que já fazia e ainda faz no Brasil, mas a grande demanda fez com que ela abrisse a “Arte Fundamental”, sua própria galeria.