Neurocirurgião do Hospital São Francisco, Mateus Dal Fabbro, explica como é feito o diagnóstico da doença que atinge 1% da população idosa
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta diversos sistemas do cérebro e acomete não só os movimentos, mas também, causa enfraquecimento da voz, agitação noturna, pesadelos, depressão, insônia, constipação, perda de olfato e do paladar. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, aproximadamente 1% da população mundial com mais de 65 anos tem a doença.
Entre os sintomas da doença estão a perda dos movimentos voluntários – que se tornam lentos e reduzidos, e outros sintomas motores – tremores em repouso, rigidez muscular, alterações na postura e dificuldade de caminhar. Apesar de mais frequente nas pessoas acima de 60 anos, qualquer pessoa pode ter o mal de parkinson, inclusive pessoas com menos de 40 anos, em casos de incidência familiar ou genética.
Segundo o neurocirurgião do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, Dr. Mateus Dal Fabbro não há como prevenir a doença, mas existem fatores que colaboram para o seu desenvolvimento, sendo sempre recomendável manter hábitos saudáveis de vida. “A genética é um dos fatores que podem estar por trás de um risco maior apresentar a doença e os fatores ambientais servem como gatilhos no desenvolvimento da doença- em especial exposição a agrotóxicos, metais pesados, contato com determinados vírus e bactérias ao longo da vida”, explica Fabbro.
O médico ainda ressalta a dificuldade em se fazer o diagnóstico da doença “O diagnóstico da doença de Parkinson é clínico e não existe um exame que seja 100% exato. Durante a consulta, o médico apura a história do paciente, o examina e pede exames de sangue e cerebrais para afastar outras causas se houver dúvida”, conclui o médico.
O tratamento pode ser feito com medicação e com a prática de atividades físicas regulares. A medicação é usada para melhorar o equilíbrio e os sintomas motores. Já as atividades físicas trabalham equilíbrio, alongamento e força muscular. As sessões de fisioterapia são indicadas para todos os tipos de pacientes. Também é recomendado fazer terapia com fonoaudiólogo para melhorar a voz e fala e, psicoterapia para quem tem uma depressão associada. É muito importante acompanhar como o paciente responde ao tratamento e como ele evolui, isso ajuda na confirmação da doença. Alguns tipos de pacientes que não têm uma boa resposta aos medicamentos ou que, apesar do tratamento, a doença continua piorando ou evoluindo é recomendado a cirurgia, mas, cada caso é um caso.
Ter doença de Parkinson significa aprender a conviver com um corpo diferente, ter uma rotina regrada de alimentação, atividade física/reabilitação, sono e uso das medicações. Em casos mais avançados com risco de queda, a casa deve ser adaptada com corrimão, luz de sinalização, ajuste da altura dos assentos e da cama. Mas ao mesmo tempo é preciso manter-se ativo na busca de desafios e projetos de vida, para que a doença não exerça um controle total sobre o paciente.
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